Jogo de Intrigas romance Capítulo 22

Beijar Theodoro depois de seis anos é como aplacar uma correnteza. E dar vazão a outra, ainda mais forte.

Minhas mãos vão parar no seu peito e, um segundo depois, elas sobem na direção do seu pescoço. Eu o puxo pela nuca, enterrando minha língua em sua boca quente até ouvi-lo gemer. Ele prende o meu lábio inferior entre os dentes, enquanto tateia pelo meu corpo até achar o laço da saída de praia. Antes que ela chegue ao chão, as mãos de Theo já estão por toda a parte, explorando o meu corpo febril por cima do biquíni enquanto eu encho o cômodo com os meus suspiros.

Ele fode a minha boca com a língua. Aperta a minha bunda, enquanto esmaga o meu seio com uma das mãos. Acaricia o bico enrijecido com o polegar e eu solto um longo gemido. As obscenidades e os elogios ao meu corpo, feito às pressas, em italiano, só me deixam ainda mais acesa, carregada de luxúria e expectativa.

Mas, quando o seu celular toca sobre a mesa, Theodoro me afasta bruscamente. Em seus olhos, ainda em chamas, há um outro sentimento também: repulsa.

Sinto o estômago gelar.

O que está acontecendo?

— Saia do meu escritório! — o cappo berra, furioso. — Agora!

Abro a boca para revidar, mas estou horrorizada demais e acabo me engasgando com as palavras. Levo os dedos até os lábios inchados, ainda capaz de sentir sua boca contra a minha, mesmo enquanto ele despeja todo o seu ódio sobre mim.

O peito de Theodoro sobe e desce com o peso da sua respiração. Ele está tão aturdido quanto eu.

E excitado.

E confuso.

— Saia daqui, Vitória!

Eu nem me dou ao trabalho de recolher a saída de praia no chão. Apenas dou meia volta e tropeço para fora do seu escritório, em lágrimas.

 

***

 

— Que tipo de evento? — eu me viro na direção do querido Francesco, meu velho amigo e stylist que está, nesse exato momento, aos meus pés, corrigindo uma bainha.

Francesco trabalhou comigo desde o momento em que fui morar no casarão até o dia em que fui embora dele. Foi ele quem me vestiu na noite em que Theo e eu rompemos após uma impressionante festa de gala na casa sua irmã mais velha.

Francesco ficou surpreso quando recebeu uma ligação do assistente de Theodoro, mandando chamá-lo de volta depois de tantos anos. E agora estava aqui, empenhado em me transformar na acompanhante mais linda do baile esta noite.

Um baile que, provavelmente, Theo havia esquecido de mencionar até eu receber a visita do stylist no meio da tarde.

— Uma festa para a sua cunhada — Francesco desvia a atenção dos alfinetes que vem espetando, continuamente, na barra do meu vestido, na última meia hora. — De boas-vindas.

— Isabela Tremesso está vindo de onde? — eu pergunto, sabendo que ele, logicamente, não pode estar falando a respeito de Alessandra.

Eu dou de ombros. É uma peça muito bonita e sofisticada, com certeza. E tenho certeza de que é algum modelo exclusivo, no entanto...

Saber que estou usando algo desenhado pelas mãos de Isabela me dá calafrios.

— Bom, deixa para lá. Talvez seja só o meu humor que não está colaborando — eu sorrio e Francesco continua me encarando de maneira encorajadora. — Tem certeza de que não parece que eu estou de luto, Francesco? Com todo esse preto?

— E daí, minha cara? Não é verdade que, de vez em quando, você sonha secretamente em matar o seu marido? — quando os meus olhos saltam das órbitas, percebo o brilho atrevido em seus olhos. — Pode confessar, é isso o que todas querem.

Franzo o cenho, considerando a questão, enquanto o stylist aguarda uma resposta.

Então eu me viro, lentamente, para ele.

— Muito sábio da sua parte. Você tem toda razão, Fran. O vestido é perfeito e me cai muito bem, está decidido.

 — Perfecto!

Eu me volto para o espelho outra vez e respiro fundo.

Não estou nem um pouco ansiosa em rever Isabela Tremesso.

Tampouco em estar ao lado de Theo, no meio de toda aquela gente que me considera morta e enterrada há muito tempo.

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