Ficar ou correr? romance Capítulo 588

Talvez eu realmente tivesse enlouquecido. Ou talvez, aquela pessoa extremamente egoísta fosse exatamente quem eu costumava ser.

Pedro não estava mais no hotel. Após me lavar e me preparar para sair, Marcelo bateu na minha porta.

Franzindo as sobrancelhas enquanto olhava para minha pele pálida, ele perguntou: “Não dormiu bem à noite?”

“Não.” Massageei minhas têmporas, balançando a cabeça. “Há alguma novidade sobre a Suelen?”

Marcelo fez um som afirmativo, gesticulando em direção ao quarto em um pedido silencioso para continuar a conversa lá dentro.

Abri espaço e o deixei entrar. Após isso, fechei a porta e me sentei no sofá.

Ele pegou um copo de água e me olhou. “Você está feliz com Pedro?”

“Marcelo, pensei que você estivesse aqui para falar sobre Suelen.” Estreitei os olhos, um pouco chateada com o assunto.

Tossindo sem jeito, ele estendeu a mão para esfregar o nariz.

“É verdade que vim aqui falar da menina. Mas você é a coisa mais importante para mim agora. Suelen tem Pedro, a família Cruz e a família Machado. Então, vamos falar sobre você primeiro, ok?”

Eu me contorci desconfortavelmente sob seu olhar intenso. “O que você quer dizer?”

“Apenas me responda.”

“Pedro e eu sempre estivemos bem.”

“Eu perguntei se você estava feliz, não se seu relacionamento com ele está bem.”

Agora ele estava apenas sendo minucioso.

Irritada, revirei os olhos. “Então me diz, Marcelo, o que é felicidade?”

A vida era uma história enorme e prolixa que sempre tinha os seus altos e baixos.

Qual é o significado da felicidade? Se ela só pudesse ser definida pelo quão alegre você se sente em sua vida diária, essa definição não seria muito mesquinha?

Marcelo se endireitou no sofá e suspirou.

“Letti, você não quer responder a pergunta por que seu relacionamento com Pedro está começando a fazer você se sentir sobrecarregada e deprimida. No fundo do seu coração, você ainda guarda rancor e se ressente dele, né?”

Olhei fixamente para o copo de água na minha frente. “O que você está tentando dizer?”

“Ou você termina com esse cara, ou vai ao hospital e faz psicoterapia antes de reiniciar o relacionamento com ele. Esta situação ambígua entre os dois não é saudável.”

Ambígua?

Eu nem sabia mais o que havia de errado comigo. Muitas vezes eu era incapaz de controlar meu temperamento e apatia.

Isso parece tão estranho…

“Letti, eu disse para você ficar calma.” Marcelo manteve o olhar fixo em mim, preocupado.

“Ficar calma? Ela é minha filha! Como eu poderia me acalmar? Apenas me conte logo o que aconteceu! Você acha engraçado me deixar nessa angústia?”

Ele respirou profundamente e se recompôs. “Você vai assustar Suelen se for vê-la assim.”

“Então por que não me conta logo o que aconteceu?” Eu levantei e comecei a andar inquieta pelo quarto.

Apertando os lábios, Marcelo ficou em silêncio por um tempo antes de finalmente dizer: “Ela foi levada por Cristina. No momento, toda a família Cruz está procurando por essa mulher, assim como nós.”

O olhei boquiaberta. “Então, tecnicamente, você ainda não a encontrou?”

“Temos algumas pistas. Já é melhor do que procurar cegamente uma agulha no palheiro, não acha?”

“Certo”, eu zombei.

Como não queria mais falar com ele, peguei meu telefone e liguei para Eliana.

Ela atendeu após alguns toques. “E aí, Scarlet?”

“Ainda não encontramos a Suelen. Você pode me ajudar a investigar os movimentos recentes de Cristina?”

Houve uma pausa surpresa do outro lado da linha. “Foi ela quem sequestrou a menina?”