Ficar ou correr? romance Capítulo 585

João empalideceu. Só então, o garçom trouxe o seu pedido.

Ele respirou fundo antes de empurrar a sobremesa para mim. “Scarlet, devo admitir que a culpa é minha. Porém, o mais importante agora é encontrar Suelen.”

Simplesmente pressionei os meus lábios e olhei para ele, esperando que continuasse.

“Verifiquei as imagens de vigilância e todas as câmeras nas estradas ao redor da residência da família Cruz. Ainda não há vestígios dela.” Ele então me olhou profundamente. “Scarlet, você tem algum inimigo?”

Fiz uma careta, olhando para ele em estado de choque. “Está suspeitando que alguém levou Suelen por retaliação?”

“Poucas pessoas na família Cruz sabem da identidade de Suelen, então os nossos inimigos de longa data não poderiam ter descoberto sobre ela tão rapidamente.”

Olhando para ele, não pude deixar de rir. “João, sempre pensei que você fosse muito inteligente, mas agora tenho dúvidas. Se alguém realmente quisesse capturar Suelen por minha causa, por que não fez nada enquanto eu estive em Passo Largo por quatro anos? Por que escolheram fazer isso apenas quando Suelen estava em um lugar fortemente vigiado como a residência da família Cruz?” Fiz uma pausa e continuei. “Além disso, você disse que poucas pessoas sabem da identidade dela. Mas a família Cruz tem mais de vinte pessoas. Todos lá sabem da identidade de Suelen?”

Ele franziu a testa e assentiu depois de um tempo.

“Você acha mesmo que das vinte e tantas pessoas da sua família, todas só têm boas intenções em relação à menina? Nasci em uma família pequena, então não sei quais são as traquinagens que acontecem em uma família grande como a sua. Entretanto, por tantos anos, você apenas ligou para Pedro e não interferiu nos negócios de sua família. Tenho certeza de que você sabe por que fez isso.”

O desaparecimento de Suelen aconteceu tão rapidamente que não tínhamos provas nem testemunhas. Não havia como confirmar os detalhes do ocorrido. No entanto, embora eu só tivesse dito essas palavras porque João me irritou, havia a possibilidade de que isso fizesse parte do plano da família Cruz. A julgar pela expressão dele, parecia que ele estava começando a ter as suas próprias suposições.

Após uma pausa, ele olhou para mim. “Definitivamente encontrarei Suelen.”

Era uma garantia para mim e uma promessa para ele mesmo. Eu simplesmente fiquei ali sentada em silêncio.

Então, Marcelo ligou para perguntar onde eu estava. Dei a ele o endereço do hotel e, depois, olhei para João e saí do café sem dizer mais nada.

Embora em Winchester raramente nevasse, chovia constantemente nesse dia. Como resultado, as estradas nos subúrbios ficavam lamacentas e difíceis de atravessar. E a área estava bloqueada pela polícia.

Quando chegamos à entrada da fábrica, um homem de meia-idade, com uniforme de policial, veio nos cumprimentar. “Sr. Machado, você finalmente chegou. Vimos todas as imagens de vigilância de trânsito em Winchester nos últimos dias. Ontem, iniciamos uma busca minuciosa em todas as fábricas da região. Porém, não encontramos nenhuma criança, mas, sim, um cachorrinho branco. Vocês podem ver se o cachorro estava com a criança quando ela se perdeu.”

Luiz assentiu em silêncio e se aproximou com serenidade. As minhas pernas estavam fracas e o meu coração batia muito rápido de ansiedade.

Todas as coisas da fábrica eram velhas. Pareciam ter sido abandonadas há muito tempo. Fomos seguindo atrás do policial, vendo muitos itens antigos pelo caminho. Embora reforços e medidas de proteção tivessem sido tomados, muitos locais da fábrica ainda pareciam estar desmoronando.

“Como você encontrou o cachorro?”, Pedro perguntou, olhando atentamente para os arredores da fábrica.

O policial que liderava o grupo percebeu que Pedro não era uma pessoa comum. “Enquanto realizávamos a nossa busca e resgate, notamos muitas pegadas nesta área, então nós as seguimos até aqui.”