Ficar ou correr? romance Capítulo 536

Olhando mais de perto, percebi que era realmente Ivone e franzi o cenho. Mesmo agora, ela ainda está importunando o Marcelo?

Eliana notou minha confusão e deu de ombros enquanto explicava: “É normal para um mulherengo como o Marcelo ter uma mulher qualquer ao seu lado o tempo todo e receber com alegria qualquer garota que se insinue para ele. Não se preocupe tanto com isso. Ele vai dispensá-la assim que se cansar dela.”

Eu não me importava com o relacionamento entre Marcelo e Ivone. Estava preocupada com Ana, que tinha dado à luz há pouco mais de um mês e parecia assustadoramente frágil quando a visitei hoje.

Será que ela sabe o que o Marcelo está fazendo?

Tentei me levantar da cadeira, mas Eliana me impediu. “Para onde você vai, Scarlet? Mesmo se você o matar, o fantasma dele ainda voltará para tentar ficar com essas mulheres. Deixe-o fazer o que quiser.”

“Eu não quero que ele se arrependa de suas ações.” Encarei o casal no primeiro andar, que já trocava beijos acalorados.

Eliana franzia os lábios. “Acho que você está incomodada por causa da Ana. Naquela época, você pensou em deixar o Pedro por causa dos sentimentos dele pela Rebeca, e então saiu sem dizer mais nada quando descobriu que o Pedro tinha feito.”

“Ana também é uma mulher. Uma vez que sua paciência atinja o limite, ela provavelmente vai embora e leva o filho junto. Se isso acontecer, não será o Marcelo que vai entrar em pânico, mas sim o Luiz. Afinal, a criança é uma Machado.”

Eu assenti. “É por isso que eu queria lembrar o Marcelo de fazer tudo com moderação.”

“Pra quê?” zombou Eliana. “Você está tentando se aproximar da Ana porque quer ajudá-la quando ela eventualmente sair? Você já sabe que o filho dela vai ficar com ela. Deixe o cara se afastar dela e do filho por alguns anos para que ele sofra”, ela disse, como se fosse ela quem estivesse sofrendo com essa situação.

Virei para olhá-la. “Você está pensando em fazer isso também?”

Ela levantou uma sobrancelha. “Se o Hélio ousar me magoar, vou embora com o bebê que está em mim. Afinal, tenho dinheiro para criá-lo sozinha de qualquer maneira!”

Soltei uma risada de divertimento e dei um joia. O casal abaixo parecia estar indo embora.

Nós rapidamente nos levantamos e descemos as escadas para não perdê-los.

“Quer ficar comigo esta noite?” Que desperdício de beleza ela tem.

Apenas homens se apaixonariam por sua voz doce como mel, enquanto mulheres sentiriam náuseas só de ouvi-la.

Eu avancei e os separei, enganchando meu braço no de Marcelo.

“Quem diabos...” Ivone começou a gritar, mas instantaneamente transformou sua expressão irritada em um sorriso educado assim que me reconheceu. “Ah! É você, Sra. Machado!”

Ignorando-a, continuei a puxar Marcelo escada acima.

Eliana estava encostada em uma parede, rindo ao ver a cena. “Se ela soubesse que você não é realmente irmã do Marcelo, já estaria puxando seu cabelo agora.”

Olhei por cima do ombro para Ivone, cuja expressão estava sombria enquanto fugia com o rabo entre as pernas.

No segundo andar, empurrei Marcelo para uma cadeira e o encarei, indo direto ao ponto. “Você só vai parar de ser mulherengo depois que sua esposa e filho te abandonarem?”

Ele ergueu uma sobrancelha, encontrando meu olhar desafiador. “Desde quando eu virei um 'mulherengo'?”

“A Ana ainda está no meio do pós-parto! Ela acabou de dar à luz o seu filho! Cortejar outras mulheres enquanto ela estava grávida já foi ruim o suficiente, mas agora você está bebendo com garotas num bar enquanto ela se recupera. Se você realmente gosta de ser um lixo desse jeito, então eu estou cortando todo contato com você. Vai me poupar do incômodo.”

Marcelo massageou uma têmpora, cruzando uma perna sobre a outra. “Ana te mandou aqui?”

Senti a raiva aumentar dentro de mim, junto com o impulso violento de socá-lo no rosto. Avistei uma garrafa de vinho no canto do olho, peguei-a e despejei o líquido escuro sobre sua cabeça. “Se ela tivesse me mandado aqui, eu não teria chegado tão tarde. Ela teve que suportar tanta indignidade e decepção, e você ainda acha que é merecedor? Você merece morrer sozinho”, cuspi essas palavras.

De repente, a emoção passou por seu rosto, seus olhos escuros se estreitaram enquanto ele falava lentamente em tom baixo. “Então você também acha que eu deveria morrer sozinho?”