Ficar ou correr? romance Capítulo 410

No final, puxei o cobertor sobre o rosto e me desliguei.

Carmen e Fábio correram e se depararam com a visão de um Pedro abatido parado ao lado da cama.

A idosa voltou sua atenção para mim. “Por que vomitou? Descobriram a causa?”

Eu não respondi, pois não tinha nem força nem vontade de fazê-lo.

Pedro olhou-os, mas continuou calado. Era o início de um silêncio que se prolongaria.

Nos dias que se seguiram, os três se revezaram durante as visitas. Era como se fosse um acordo mútuo para manter a paz.

Como não era nada sério, recebi alta depois de três dias.

Pedro veio me buscar e me levou para casa.

A quietude quase parecia uma segunda natureza para mim. Uma olhada em tudo no quarto me fez sentir como se minha vida fosse uma piada.

Eu não tinha muito que precisava levar comigo, já que todos os meus pertences foram comprados por Pedro. Além da minha carteira de identidade e do meu diploma da faculdade, não tinha trazido quase nada.

“Já está tarde, não é seguro sair agora. Deveria descansar por hoje.” Ele estendeu o braço por trás de mim e segurou a mão com a qual eu estava fazendo as malas.

Apertei os lábios, me afastei e o olhei com firmeza. “Não precisa, mas agradeço sua preocupação.”

Suas sobrancelhas franziram. “Vamos seguir esse caminho, Scarlet? Não precisa ser assim.”

“Sim. Não precisa. Mas por que essa parece ser a única saída?”

Sua expressão era de desânimo e sofrimento. “Sinto muito!”

“Se você pudesse trazer de volta meu filho e Márcia, aceitaria de bom grado suas desculpas.” Acreditar que um simples pedido de desculpas poderia apagar seus pecados era pura zombaria.

Era um dia cinzento de fevereiro. Uma leve garoa batia gelada contra o outro lado das janelas embaçadas enquanto eu tirava minha bagagem de suas mãos.

Quando deixei o quarto para trás e saí pela porta, dei um suspiro de alívio. Finalmente acabou.

Leonardo se virou. Com o cabelo curto, parecia enérgico enquanto colocava minhas coisas no porta-malas.

Meu amigo me olhou bem nos olhos. “Vamos.”

Pedro estava na porta de casa quando entrei no carro.

Apesar das prováveis dificuldades com minhas finanças, eu poderia ter criado as crianças e vivido o resto da minha vida ao lado delas. Qualquer coisa teria sido melhor do que lidar com a perda de um filho e de minha melhor amiga.

No Beethoven Apart-hotel.

Heitor estava na porta com Suelen nos braços. Parou quando nos viu. “A comida está pronta. Será servida daqui a pouco.”

Dentro do apartamento, passou a garotinha para Leonardo antes de voltar para a cozinha.

Suelen tinha se comportado bem. Só de olhá-la, meu coração se suavizou. Estendi a mão, segurei suas mãozinhas nas minhas e brinquei com ela.

Ficamos assim por mais um tempo antes de Leonardo falar: “E agora?”

“Vou para Passo Largo”, respondi depois de pensar um pouco.

Então me virei e o encarei. “Preciso fazer algumas ligações. Gostaria de vender meu apartamento.”

“Está sem dinheiro?”

“Não! É que Márcia comprou um e eu também na época. Com o dinheiro da venda, eu poderia conseguir algo em Passo Largo. Se eu economizar, o futuro de Suelen estará garantido.”

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