Ficar ou correr? romance Capítulo 402

De repente, lembrei que ele precisava descansar após a vasectomia.

“Você deveria descansar por um mês!” Apesar de eu afastá-lo, foi em vão, pois seu abraço estava muito apertado.

“Estou bem. Não vai afetar em nada.”

Franzi a testa e o empurrei. “Você não tem medo? Ligue para João e pergunte.”

Quando viu o quanto eu estava inflexível, não teve escolha a não ser se sentar e fazer a ligação.

Quando o médico atendeu, perguntou: “Estamos no meio da noite. Qual é o seu problema?”

Como eu estava por perto, pude ouvi-lo com clareza.

A expressão de Pedro se fechou e sua voz ficou suave. “Se eu fizer terá algum impacto?”

O homem não entendeu do que meu marido estava falando e retrucou: “O que está fazendo no meio da noite que vai impactar o quê?”

Pedro bufou: “O que mais se faz no meio da noite?”

João não era burro e entendeu do que se tratava.

O homem pressionou os lábios e depois perguntou: “Você não aguenta um mês?”

Abaixei o olhar e senti minhas bochechas queimarem.

Sinceramente, não tinha pensado nisso antes até perceber como ele estava.

Quando Pedro me viu corar, zombou ao telefone: “Dá um tempo! Que impacto isso tem?”

“O que poderia ser? Você mesmo não consegue sentir?”

Pedro hesitou. “Eu não senti nada!”

“Ha!”, riu João.

Pedro perdeu a paciência. “Muito bem. Vou desligar.”

“Vá fazer um exame. Não diga que não avisei.”

“Eu sei.”

Pedro jogou o celular enquanto olhava para mim com atenção.

Olhando-o, perguntei: “João não veio com você?”

Ele fez que sim com a cabeça. “Alguém precisa ficar para trás e segurar as pontas.”

Assenti, compreendendo. Depois de uma leve hesitação, perguntei: “Carlos e Helena tiveram uma filha?”

Ele franziu as sobrancelhas e olhou para mim. “Quem te disse?”

“Ninguém, só estou perguntando.” Para ser honesta, eu não estava tentando sondar seu passado. Era só que eu tinha dúvidas que precisavam ser esclarecidas.

Como ele teve que correr para o escritório para assinar o tal contrato, saiu logo depois de me confortar.

Enquanto eu estava deitada na cama, sonolenta, o toque do meu telefone me despertou. Atendi e percebi que era Camila, do aeroporto.

“Oi, Scarlet! É a Camila. Ainda se lembra de mim?”

Assenti, mas percebi que ela não podia me ver. Então respondi: “Sim! Como você está?”

“Está com a agenda livre hoje? Gostaria de convidá-la para jantar. Não tenho amigos aqui e meu noivo está ocupado. É tão chato ficar aqui sozinha!”

Olhando pela janela, vi que já estava escuro e o relógio mostrava que eram oito horas.

Se eu dormisse, imaginei que acordaria ao amanhecer.

Depois de pensar um pouco, respondi: “Uhum, estou no Hotel. E você?”

A moça ficou encantada com minha resposta. “Estou na adega. Estarei aí daqui a pouco, te ligo quando chegar.”

Assenti, balbuciei concordando. Depois de conversarmos um pouco, encerramos a ligação. Quando me levantei, percebi que não tinha trazido uma muda de roupa.

Eu odiava repetir roupas sem antes lavá-las. Por isso, liguei para Pedro.

Quando ele atendeu, pude ouvi-lo sussurrar. “Oi.”

Quando ouvi o barulho ao fundo, fiquei atordoada. “Você está em reunião?”