Ficar ou correr? romance Capítulo 329

Ergui as minhas sobrancelhas. “Bingo!”

Vendo a minha reação, ele hesitou. “Scarlet, você não se importa com os seus pais biológicos?”

Olhei para ele novamente e franzi a testa. “Você mencionou isso algumas vezes. Não fui clara o suficiente? Eles me abandonaram, o que significa que não me queriam mais. Se eu continuar pensando nisso, não consigo seguir em frente. Por que não deixar pra lá e seguir em frente?”

Ele assentiu, aparentemente, preocupado.

Parei na mansão de Marcelo, e percebi que ele estava imerso em pensamentos.

“Scarlet, você ainda me odeia?”, ele perguntou de modo sério.

Fiquei surpresa. “Hã?”

“É sobre Márcia, e como eu torturei você.”

A sua voz ficou mais suave. Não é o seu comum. “Marcelo, isso é passado. Não vamos mais tocar neste assunto.”

“Então? Ainda me odeia?”

Como ele insistiu em obter uma resposta, fiquei surpresa. “Acabou. Além disso, era apenas uma ameaça inofensiva. Mas, para Márcia, a lembrança dolorosa será para sempre.”

Os humanos são seres complicados. Eu tinha medo de Marcelo, mas, agora, confiava nele como se fosse da minha família. Até certo ponto, eu era muito parecida com Suzana, colocando os lucros antes dos sentimentos.

Depois de um longo silêncio, ele declarou: “Um dia, se você descobrir que fiz algo que a deixou magoada, poderá me perdoar?”

Arregalei os olhos. “O que você fez? Por que precisa do meu perdão?”

“Vai me perdoar?”

Depois de deixar Marcelo, voltei para a mansão. Como já eram 22h00, fiquei atônita ao ver Rebeca esperando. Ela acha que esta é a casa dela? Vai e vem como quiser!

Mas eu a interrompi severamente. “Está tarde. Por favor, saia!”

Em seguida, fui para a cozinha. No entanto, ela se recusou a sair e agarrou o meu braço. “Juro que vou arrastar você comigo! Você queria vingar o seu filho morto, certo? Deixe-me dizer a verdade. Mesmo que a minha mãe não tenha feito nada para machucar você, o seu filho morreria logo devido à sua anormalidade.”

Dei um bofete nela sem hesitar. “Não ultrapasse os limites. O meu filho já está morto. Por que você o amaldiçoaria? Que mulher perversa!”

Depois do safanão dado, Rebeca virou a cabeça e demorou um tempo para recuperar a compostura. “Como ousa a me estapear?”, ela disse com raiva.

Reprimi a minha irritação e a ignorei.

Durante o jantar, bebi um pouco de suco gelado, mas não me caiu bem. Todo mês, sofria com cólicas menstruais. Não era fácil ser mulher.

A Sra. Escobar ainda estava acordada e ativa, e saiu do quarto para me receber. Ao ver Rebeca, ela franziu a testa. “Sra. Lopes, ainda está aqui?”