Ficar ou correr? romance Capítulo 327

Após sair da prisão, olhei para o céu sombrio. Já fazia mais de um mês desde a última vez que o sol apareceu.

O tempo esteve nublado o tempo todo, com chuva e neve ocasionais.

Era horrível! Porém, após o ano novo, a primavera chegaria.

Olhei para o relógio e percebi estar na hora de encontrar Luiz no restaurante mencionado.

Quando cheguei, Marcelo já estava lá. Ele estava estacionando o carro quando me viu. Levantando uma sobrancelha, ele comentou: “Chegou cedo.”

Dei de ombros. “O mesmo vale para você.”

Seus lábios se curvaram em um sorriso. “O tio Luiz me disse para vir a esse horário e pedir os pratos antecipadamente para que o Sr. Barroso e sua esposa pudessem jantar conosco.”

Hm, entendi!

Subimos e fizemos os pedidos antes de entrar em nossa sala privada.

A sala com tema vintage foi decorada com elegância. Havia uma tela de madeira na entrada.

Enquanto eu a olhava, Marcelo me disse: “Este restaurante é famoso por sua decoração.”

Assenti com a cabeça e me sentei. Como eu parecia desinteressada, ele perguntou: “Como foi com Saulo?”

Ah, verdade! Quase me esqueci daquele homem.

“Envie alguém de confiança ao Jardim Centurião na Cidade de Augusta para se encontrar com a esposa dele. Diga a ela para vir à Nova Itália para visitá-lo com as coisas que Saulo deixou com ela anteriormente”, eu disse.

Marcelo ergueu as sobrancelhas e assentiu silenciosamente. “Pensei que esse cara fosse inútil. Por que você o visitou na prisão?”

Apoiei o queixo na mão, sentindo-me um pouco exausta. “Quero arruinar a reputação de Carmen.”

Ele franziu as sobrancelhas e apertou os olhos. “Essa mulher se aproximou de você?”

Meu silêncio lhe deu a resposta que queria.

Suspirando, Marcelo perguntou de repente: “Letti, você já pensou em encontrar seus pais biológicos?”

Sua pergunta repentina me pegou desprevenida.

Pensei sobre isso e balancei a cabeça. “Não. Já se passaram anos. Eles me abandonaram, logo, eu não era importante para eles. Além disso, a vovó me criou. Só preciso me lembrar dela.”

Marcelo apertou os lábios e tentou me sondar. “Se um dia você encontrá-los, irá se reunir com eles?”

“Não!”

Esse encontro seria inútil, afinal, tudo o que eles poderiam fazer, era tentar se livrar da culpa por ter me abandonado naquela época. Se me amassem, não teriam feito isso!

Alguém que gosto?

Enquanto pensava profundamente sobre isso, Luiz e o casal de idosos apareceram. Como foi um jantar casual, conversamos amigavelmente.

Tanto Antônio quanto Sofia pareciam ter envelhecido muito após a morte da filha e do neto.

Após trocarmos algumas gentilezas, nos sentamos e o garçom começou a servir o jantar.

Sofia olhou para mim e disse: “Scarlet, você emagreceu. É melhor comer mais.”

Aceitei seu gentil lembrete com gratidão. “Obrigada pela preocupação. Farei isso!”

Luiz riu. “O ano novo está prestes a chegar. Estou encerrando as coisas no trabalho, então a festa poderá ser realizada na próxima semana para celebrar a união de Letti com minha família. Vocês estão convidados!”

“Ah, obrigada! Nós iremos!” Sofia concordou alegremente. “Quando ela veio para nossa casa com Marc naquela época, eu gostei realmente de você. Fico feliz que tenha se tornado padrinho dela. Marc, bem…”

Sua voz começou a vacilar naquele momento.

Sabendo que a menção ao neto a havia perturbado, Antônio deu um tapinha na mão dela. “Tudo bem. Precisamos seguir em frente.”

O ar estava denso de tristeza.

Levantei e me ajoelhei diante dos Barrosos e fiz uma reverência respeitosa.