Ficar ou correr? romance Capítulo 306

Eu assenti com a cabeça e procurei um par de sapatos na sapateira.

Maria olhou para mim com hesitação. “Senhora, está tarde agora e continua nevando lá fora. Por que não espera o Sr. Pedro terminar o banho? Assim vocês poderão fazer isso juntos.”

“Não se preocupe. Está tudo bem.”

Saí de dentro da casa e notei dois guarda-costas protegendo o portão principal.

Fiquei incrédula e respondi: “Afastem-se.” Porém, ambos permaneceram em silêncio.

Maria já havia subido para chamar Pedro.

Meus olhos se encheram de raiva, mas eu estava ciente de que não era páreo para eles.

Os homens bloquearam meu caminho, permanecendo imóveis como duas estátuas.

Pouco depois, Pedro apareceu vestido em um roupão de banho com água ainda pingando de seu cabelo.

Vendo-me toda vestida, ele franziu a testa. “Onde está indo?”

“Vou dar uma saída.”

“Para onde?”

Uma irritação me tomou. “Quero ver um médico.”

Pedro apertou os lábios. “Chamarei João para vir até aqui. Vá descansar um pouco.”

“Isso não é necessário!”, enfatizei: “Irei até o hospital.”

O corpo de Marcos foi levado embora. Como ele não tinha parentes próximos, a única pessoa que poderia realizar o seu funeral, seria Suzana, mas é claro que ela não estaria disposta a fazê-lo, então, eu tinha que fazer isso por ele.

A expressão de Pedro ficou nublada e sua boca ficou tensa.

“Você vai ao hospital em um momento como este? Ou, isso é apenas uma desculpa para resolver o funeral de Marcos?”

Olhei em sua direção e disse: “O que te importa?”

Ele soltou um suspiro e parecia estar se esforçando para manter a calma.

“Scarlet, sei que essa é uma situação difícil, mas você deveria saber quando parar! A Tia Suzana cuidará do funeral de Marcos. Há outros na família Vasconcelos que também podem lidar com isso. Por que tem que ser você? Quer que toda a cidade diga que os dois tiveram um caso?”

Como não podia refutá-lo, lancei um olhar fulminante em sua direção e voltei para casa.

Pedro me seguiu e suavizou o tom. “Enviarei alguém para cuidar do funeral de Marcos. Você…”

Parei abruptamente e me virei para olhá-lo, notando a escada caracol atrás dele pelo canto dos olhos.

Com a raiva ainda correndo pelas minhas veias, levantei as mãos e o empurrei.

Como o corrimão estava ao seu alcance, ele poderia segurá-lo para se equilibrar, mas, inesperadamente, deixou-se cair e rolar escada abaixo.

Mesmo caindo, Pedro milagrosamente conseguiu manter sua aparência charmosa e suave de sempre.

Lancei um olhar para ele, depois girei e voltei para o quarto.

Ele entrou logo após eu colocar o pijama e subir na cama. Seus olhos estavam turvos e havia sangue tanto em sua testa, como no canto da boca.

Suas pernas e mãos também ficaram feridas com a queda.

Dei a ele um olhar fugaz antes de fechar os olhos, planejando ignorá-lo e ir dormir.

“É culpa ou amor que você sente por Marcos? E quanto a mim, hein?”

Pedro estreitou os olhos enquanto esperava pela minha resposta.

Apertei os lábios, sem intenção de responder. Eu não conseguia mais diferenciar entre amor e culpa. Muitas vezes, os limites entre eles pareciam confusos.

O silêncio se estendeu entre nós.

À medida que os segundos passavam, a temperatura ao nosso redor parecia cair com sua expressão cada vez mais indecifrável.

Após muito tempo, Pedro quebrou o contato visual. A raiva em seus olhos diminuiu quando ele disse com uma voz profunda e magnética: “Há quanto tempo não transamos, Scarlet?”

Minhas sobrancelhas instantaneamente se franziram e respondi: “Não quero fazer isso agora!”

Minha mente ainda estava atormentada com a imagem de Marcos deitado em uma poça de seu próprio sangue.

De repente, uma pontada de dor me atingiu e eu o empurrei para longe.

“Já disse que não quero! Você não ouviu?”

Pedro franziu a testa e suas feições bonitas se tornaram sombrias.

Antes que eu percebesse, ele tirou o roupão e bloqueou meus protestos esmagando sua boca contra a minha.

Quando ele se moveu para tirar o resto das minhas roupas, eu instintivamente me afastei.

Tum!

Devido ao meu descuido, bati na mesa de cabeceira, sentindo uma dor aguda se espalhar pelo meu corpo.

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