Ficar ou correr? romance Capítulo 1219

Como já tinha perdido um filho antes, a dor excruciante pareceu muito mais tolerável, e consegui aguentar firme por algumas horas.

No entanto, com Pedro e Marcelo ausentes, acabei não conseguindo reunir mais forças.

“Não desista, Sra. Machado! Aguente firme! Seu primeiro filho está prestes a nascer!”, o médico gritou, suas palavras me atingindo como uma dose de adrenalina.

Mordi o lábio e apertei com força as fronhas da cama enquanto continuava a empurrar com todas as minhas forças.

A dor rasgava meu corpo e minha pelve parecia estar sendo esmagada, mas continuei empurrando, mesmo assim.

Após o que parecia uma eternidade, finalmente consegui ouvir os sons de um bebê chorando na sala de parto.

“É um menino! Ele pode estar um pouco magro, mas certamente está saudável! Aqui, olhe!”, eu estava ofegante quando ouvi a voz da enfermeira perto de mim e me virei em sua direção.Dizem que bebês prematuros tendem a ser magros e feios, mas esse não é o caso do meu! Ele até tem o nariz do Pedro!

Nem a enfermeira conseguiu segurar o elogio.

“

Faz tempo que não vejo um bebê tão fofo!”

Apertei os lábios e sorri em resposta. A alegria que eu sentia era tão avassaladora que fazia a dor que sentira antes parecer insignificante.

“Levem o bebê para a incubadora! Precisamos que ela se concentre! Ainda tem outro bebê!”

A enfermeira levou o bebê para fora da sala ao ouvir a instrução do médico, e eu me preparei para um segundo esforço.

Cerca de meia hora depois, os sons do choro de outro bebê encheram a sala novamente.

“Parabéns, Sra. Machado! É uma menina! Agora você tem um menino e uma menina!”

Eu consegui ver claramente o rosto da minha filha recém-nascida antes de desmaiar de exaustão. Ela parece… um pouco mais gordinha que o irmão…

Já era o dia seguinte quando acordei.

A janela estava aberta, e o quarto estava um pouco frio, mesmo com os raios mornos do sol da manhã entrando.

Quando recuperei totalmente a consciência, vi Eduarda sentada ao lado da minha cama, enquanto Eliana estava em um canto do quarto.

“Letti! Finalmente você acordou!”, as duas gritaram ao me verem abrir os olhos.

“Tragam-nos para cá, por favor…”, eu estava sentindo falta deles, já que só os havia visto uma vez até agora. Acho que é isso que chamam de vínculo materno… Você não vê nem toca, mas sente no coração…

“Vão, tragam-nos aqui”, Eduarda disse à enfermeira.

A enfermeira saiu e voltou logo depois, acompanhada de outra enfermeira, cada uma carregando um bebê nos braços.

Eliana me ajudou a sentar antes de me entregar um dos bebês.

Eles ainda estavam chorando quando entraram na sala, mas pararam assim que Eliana e eu os seguramos, apenas nos encarando curiosos, com os bracinhos esticados. Espera… eu lembrava do nariz dele ser um pouco mais alto…

“Ei, Letti! Já que a Suelen é mais velha que o Xavier, que tal prometer essa filha sua para ele?”, Eliana disse brincando, enquanto embalava o outro bebê nos braços.

No entanto, eu não estava com humor para piadas. Coloquei o bebê de volta na cama e abri o cobertor ao redor dele para olhar melhor o rosto. Isso é estranho… Ele não se parece nada com o Pedro e comigo…

Uma sensação avassaladora de choque tomou conta do meu coração, enquanto eu puxava minhas mãos para trás e encarava Eliana com um semblante pálido.

“Esse não é o meu filho!”