Ficar ou correr? romance Capítulo 1157

Eu tinha uma vaga impressão do homem em questão. Encontrei-o uma vez, quando entrei na Corporação Vasconcelos pela primeira vez. Ele tinha um sorriso falso e uma aura de enganação. Não ficaria surpresa se ele tivesse orquestrado o desaparecimento de Marcos.

“Não podemos resolver isso por meios legais?”, perguntei, franzindo a testa.

Wanda suspirou, desamparada. “Já sugeri isso ao Sr. Vasconcelos antes, mas ele insistiu em resolver o assunto em particular. Ele mencionou que o Sr. Dantas havia ajudado a família Vasconcelos no passado. O pai do Sr. Vasconcelos havia deixado ordens claras enquanto ainda estava vivo: se os Vasconcelos e os Dantas tivessem algum desacordo, isso deveria ser resolvido diplomaticamente, sem recorrer a um confronto direto.”

Ela fez uma pausa, com um olhar de repulsa. “Na verdade, Lorenzo Dantas ainda se importava com a amizade com o pai do Sr. Vasconcelos e relutava em desviar fundos da empresa. O Sr. Vasconcelos já havia abordado ele sobre essa questão. Se fosse inteligente, teria renunciado voluntariamente aos direitos. Mas até hoje, ainda não fez isso. O tanto que ele tramou faz a gente pensar no que mais ele está planejando...”

Marcos não esperava ser traído por sua própria compaixão. A oportunidade de Lorenzo para roubar era boa demais para ser ignorada, e as coisas chegaram a um ponto em que apenas ele poderia resolver isso.

“A questão é encontrá-lo e trazê-lo de volta”, pensei em voz alta.

“Já que ninguém consegue contatar o Sr. Vasconcelos, será mais fácil encontrar uma agulha num palheiro”, disse Wanda.

Refleti em silêncio por um momento. “Na verdade, não. Há alguém.”

“Quem?”, perguntou Wanda, de imediato.

“Eu.” Recolhi os documentos e olhei para ela. “Mesmo que a ligação seja atendida, ele pode ignorá-la se for alguém da empresa. Mas ele não ignoraria uma ligação minha.”

Ele já esteve disposto a abrir mão de sua esposa por minha causa. Eu tinha certeza de que ele atenderia se fosse eu quem ligasse.

Por isso, a pessoa mais adequada para essa tarefa era eu.

Será que ele ouviu tudo o que discutimos?

“Não precisa”, disse Pedro, bloqueando o caminho dela com sua grande estatura; o espaço era tão estreito que mal havia como ela passar. Com o olhar gelado ainda fixo em mim, ele continuou: “Não há nada que não possa ser dito na frente de outras pessoas. Agora, Scarlet, repita o que você disse para mim. Já perdemos dois filhos. Tem certeza de que quer correr risco por aí por alguém irrelevante?”

O ambiente ficou tenso, com o ar carregado pela determinação de três pessoas, cada uma querendo que as coisas seguissem à sua maneira.

Eu não estava preparada para convencer Pedro dessa questão. “Marcos salvou minha vida uma vez”, disparei, em pânico. “Ele não é irrelevante. Esqueceu até onde você foi por Paulo Lopes?”

Minha intenção não era jogar nosso passado na mesa, mas ilustrar um ponto. Se Pedro podia olhar para sua consciência e se sentir em paz, eu também podia fazer o mesmo com a minha.

Ele não esperava que eu mencionasse Rebeca. Seu rosto ficou sério ao me encarar. “Então já tomou sua decisão?”

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