Os alunos da Senhora talvez venham mais tarde.
Todos os anos, o mordomo fica de guarda até a tarde, esperando até que não haja mais ninguém visitando o cemitério para então voltar à mansão ancestral.
A velha Senhora Mendes assentiu com a cabeça.
Ivana veio ajudar a senhora a descer a ladeira.
A velha vovó Jesus ficava cada vez mais entusiasmada ao falar, e, vendo que a Ivana permanecia em silêncio o tempo todo, decidiu apontar diretamente para ela, dizendo:
"Senhorita Martins, não é por nada não, mas, depois de tantos anos, a sua barriga continua sem mostrar sinal de vida. Como médica, você não pensa em examinar-se, tratar-se?"
"Você não estará escondendo algo de minha irmã e de Heitor, estará?"
Ivana hesitou por um momento, sentindo-se imediatamente nervosa.
"Minha tia-avó, que tipo de coisa eu poderia estar escondendo da vovó e de Heitor?"
A velha vovó Jesus resmungou com desprezo: "O que mais seria, senão você estar ciente do seu problema de fertilidade?"
Ivana suspirou aliviada, mas parecia constrangida.
A velha Senhora Mendes imediatamente se mostrou séria.
"Chega! Você só fica mais empolgada à medida que fala, mas isso não tem nada a ver com Ivana, é o Heitor que tem problemas!"
As palavras da velha Senhora Mendes saíram sem pensar.
A velha vovó Jesus ficou chocada, com uma expressão surpresa.
Heitor ficou pálido, com veias saltadas na testa: "Se sou capaz ou não, isso é Ivana quem diz."
Ele lançou um olhar para Ivana, cujo olhar ameaçador parecia coagi-la a defendê-lo.
Ivana sentia-se incrivelmente constrangida, mantendo-se em silêncio.
Se Heitor não procurasse tratamento, então seria ela quem seria forçada a fazê-lo.
Ela piscou, as suas bochechas tingindo-se de um leve tom rosado.
"Vovó, não é que Heitor seja incapaz."
"Ele apenas tem estado muito ocupado com o trabalho ultimamente, bastante cansado, mas eu entendo. Depois desta fase passar, uma boa recuperação será suficiente."
A velha Senhora Mendes parecia descontente e permaneceu em silêncio.
Ivana sorriu timidamente.
A velha Senhora Mendes resmungou em resposta.
"Se está doente, é melhor ficar em casa a recuperar."
Clarice ficou sem palavras.
Seus colegas, intimidados pela autoridade emanada pela velha Senhora Mendes, mal ousavam respirar.
Ivana, com uma expressão tranquila, interrompeu a conversa: "Vovó, o vento está forte, deixe-me ajudá-la a entrar no carro."
A velha Senhora Mendes assentiu, lançando um olhar frio sobre Clarice, e com a ajuda de Ivana, entrou no carro.
Ao entrar no carro, a velha Senhora Mendes viu Clarice ainda conversando com Heitor e franzindo a testa, disse em tom grave.
"Heitor! Entre no carro, preciso falar com você."
Heitor, com um olhar distante, passou por Clarice e dirigiu-se ao carro, inclinando-se para entrar.
Ivana fechou a porta do carro para eles e entrou em outro veículo.
A velha avó Jesus, ao ver a expressão abatida da Velha Senhora Mendes, decidiu entrar no carro também com a Ivana.
Os dois carros desapareceram de vista, e só então Clarice retirou o seu olhar, apertando levemente a mão que pendia ao lado do corpo, sentindo uma insatisfação interior.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Felizmente, você pode me acompanhar ao lugar próspero da vida