Heitor lançou um olhar frio, e Adilson permaneceu em silêncio.
Pouco depois, Clarice saiu do banheiro, com a cuidadora ao seu lado, apoiando-a cuidadosamente.
A cuidadora, percebendo a expressão de desagrado de Heitor, estava prestes a explicar-se.
"Você não precisa mais vir amanhã." A voz do homem era fria, desprovida de qualquer emoção.
A cuidadora parou, atônita.
Clarice apressou-se em defendê-la.
"Acho que esta senhora tem cuidado muito bem de mim, Heitor, não fique zangado, ela já pediu desculpas. Ela apenas foi atender a uma chamada..."
Ela ainda não havia terminado de falar, quando Heitor, com a face sombria, baixou os olhos para o relógio.
"Estou indo para a empresa."
"Logo mais, o Assistente Fernandes enviará outra cuidadora para você."
Ao terminar de falar, ele se virou e saiu.
Clarice ficou parada, com uma expressão triste e de mágoa.
Adilson, sentado no sofá, levantou uma sobrancelha: "Ele sempre foi assim, você sabe disso, porquê sentir-se magoada agora?"
Clarice suspirou e, com a ajuda da cuidadora, deitou-se novamente na cama: "Adilson, você também, vá trabalhar."
Adilson murmurou algo baixo, mas decidiu não ficar ali. Levantou-se e saiu.
Ao sair do quarto de Clarice, viu Ivana conversando com um paciente a uma curta distância. Ela conversava com paciência e gentileza com um familiar do paciente.
Ela estava com uma maquiagem delicada e a sua pele era muito clara, fazendo com que Adilson a observasse por um momento a mais.
Quando Ivana percebeu o olhar de Adilson, levantou os olhos na sua direção.
Adilson, com as mãos nos bolsos e um ar de despreocupação, desviou o olhar e, assobiando, afastou-se.
Ivana também retirou seu olhar, continuando a conversar com o familiar do paciente.
Ela não tinha boa impressão sobre Adilson, sempre o achou desagradável desde que se lembra.
"É sobre a disputa de propriedade da terra nos Subúrbios Ocidentais. O Presidente Martins já tinha financiado a compra daquela terra, mas alguns processos ainda não estavam completos."
"A Família Pereira agora reivindica essa terra como sua, a Família Lima financiou a compra dessa terra da Família Martins, mas agora não pode utilizá-la. A Família Lima está a exigir um reembolso da Jovem Senhora, mas..."
Naquele momento, a Família Martins estava precisamente a precisar de dinheiro, e embora o dinheiro tenha chegado à Família Martins, foi rapidamente utilizado para cobrir déficits.
Agora, com a Família Martins em processo de transformação, seria impossível reembolsar o dinheiro à Família Lima tão cedo.
O assistente, com uma expressão de dificuldade em falar, disse baixinho: "A Família Martins não pode fazer o reembolso, então a Família Lima fez uma denúncia, dizendo que a Jovem Senhora cometeu fraude."
Ivana franziu a testa.
Família Lima?
"Esse terreno não foi vendido para a Família Mendes?"
O tom do assistente ficou gradativamente mais suave: "Foi o Sr. Mendes quem recomendou a Família Lima para comprar esse terreno."
Ivana respirou fundo, apertando a mão que segurava a bolsa.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Felizmente, você pode me acompanhar ao lugar próspero da vida