Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 567

Ao ouvir Renato apontando o dedo em sua cara, como se estivesse num pedestal moral, Gabriel não aguentou mais.

A acusação de covarde, de fraco, de canalha...

Explodiu.

— Você não sabe de nada! Quem é você pra me julgar?! — Gritou, com o rosto já vermelho, o pescoço tenso de raiva. — Você acha que sabe da minha vida? Acha que entende o que eu vivi?! Meu pai traiu minha mãe! Fez ela morrer de desgosto! E teve um filho com a amante... Um bastardo que só é UM ANO mais novo que eu! E você queria o quê?! Que eu virasse as costas e deixasse esse desgraçado assumir o controle do Grupo Pereira?! Você teria essa frieza? Você deixaria barato?! VOCÊ CONSEGUIRIA ENGOLIR ISSO?!

A dor, o ódio e a frustração tomavam conta da voz de Gabriel, que tremia.

— Você é filho único, teve um pai fiel, uma família inteira voltada pra você! É fácil falar do alto da sua zona de conforto! Mas você não pode me crucificar! Naquela época, eu tinha acabado de me formar! Era só um garoto sendo pressionado de todos os lados! Me diz, o que você teria feito no meu lugar?! — Disparou, os olhos ardendo.

Renato o encarava.

Olhou para Gabriel, aquele jovem oito anos mais novo que ele, com uma expressão séria, sem dizer nada de imediato.

Os lábios cerrados, o olhar inabalável.

Não esperava... Aquele passado.

Sabia que Gabriel era o neto direto da família Pereira, mas nunca imaginou que carregasse tanto peso.

Tanta mágoa.

Tanta guerra interna.

Se tirasse o fato de que Vitória era sua irmã...

Se fosse qualquer outro homem na mesma situação... Ele, honestamente, também teria escolhido o poder.

E teria deixado o amor pra trás.

Não podia negar isso.

Mas mesmo assim...

— Se é tudo tão difícil... por que você foi atrás da Vi quando ela voltou pro país? — Perguntou, o tom voltando a endurecer. — Por que voltou a se envolver? Você que a procurou, não foi? Você que acendeu tudo de novo.

Gabriel ficou em silêncio.

Não podia negar.

Foi ele, sim.

Na hora que soube que Vitória estava de volta, foi atrás dela sem hesitar.

Porque achava... Que ainda a amava.

Porque sabia que não tinha sido ela quem o deixara, ela fora expulsa da sua vida pelo avô dele.

Então, em nenhum momento ele a odiou.

— Pode acreditar ou não, isso é com você. — Respondeu, finalmente. — Mas eu, Gabriel, assumo o que fiz. Eu fui atrás da Vitória. Mas não pelos motivos que você ouviu por aí.

E então, começou a contar tudo.