Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 517

— Eles já estão com certa idade e… A mamãe ainda está com a saúde frágil, não é? — Disse Vitória, sorrindo com ternura. — Eu posso ir ao exterior para visitá-los.

Mas, no fundo, ela não queria que os dois voltassem ao país tão cedo.

Se voltassem, e por acaso encontrassem Beatriz...

Afinal, até aquela manhã, o recado ainda era: “nada foi feito”. Um bando de incompetentes.

Renato levantou os olhos do prato, pensativo.

— Você tem razão, mas… Acho que eles não vão conseguir esperar. — Disse com um suspiro. — Estão loucos para te ver. Eu, por outro lado, ainda não consegui colocar os projetos no eixo por aqui. Estou preso em compromissos.

Fez uma pausa e então completou:

— E, olha... Já faz vinte anos que eles deixaram a Cidade A. Fugiram das lembranças, porque aquilo tudo quase levou a mamãe à depressão. Mas agora que você voltou… Esse medo já não existe mais.

Vitória, ao ouvir isso, sentiu o coração apertar.

Um frio percorreu sua espinha.

Ela precisaria pensar rápido.

— É que… Eu só estou preocupada com a saúde dela. Uma viagem tão longa pode ser cansativa demais. Talvez não seja o ideal...

— Fica tranquila. — Disse Renato, interrompendo gentilmente. — Contratei um médico exclusivo para cuidar da mamãe. Nos últimos anos, ela tem se mantido bem estável. Além disso, a família Cardoso tem um jato particular à disposição. Eles chegam ao Brasil em menos de um dia.

Ao ouvir isso, Vitória continuou cortando o filé no prato, silenciosa.

Mastigou devagar, engoliu e assentiu com a cabeça, sorrindo com doçura.

Não podia mais recusar.

Se insistisse, levantaria suspeitas.

Então...

Ela teria que se mexer.

Com urgência.

Beatriz precisa sumir.

Baixou os olhos.

Por um segundo, seu olhar ficou sombrio.

Uma centelha de frieza e crueldade reluziu em suas pupilas.

Mas, do outro lado da mesa, Renato nem percebeu.

Sorridente, ele empurrou para perto dela um prato com foie gras e caviar.

Depois do almoço, o secretário de Renato os levou até o hotel.

Renato ficou no carro, já com o laptop no colo. Virou-se para a irmã e disse com gentileza:

— Tenho que trabalhar agora à tarde. Mas se quiser ver um filme ou jogar golfe, é só avisar. Mando alguém te acompanhar.

Vitória lhe deu um sorriso doce.

— Não precisa, irmão. Pode ficar tranquilo. Eu me viro aqui no hotel mesmo. Filme, quero ver contigo, quando tiver um tempinho. E golfe… Bem, eu não sei jogar. — Disse ela, piscando os olhos com charme.

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