Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 479

— Ontem você disse que só venderia o colar em último caso... Você passou por alguma dificuldade? —Perguntou Renato, com a voz serena, mas cheia de preocupação. — Se for isso, pode me contar. Eu posso te ajudar.

Vitória sorriu de leve, mantendo a expressão controlada, quase carinhosa.

Mas balançou a cabeça e respondeu suavemente:

— Quando tivermos certeza de que somos mesmo da mesma família, eu te conto.

Consegui vender o colar e já resolvi o problema. Está tudo sob controle agora.

A recusa dela, embora educada, deixou Renato com um aperto no peito.

Ela ainda não confiava totalmente nele.

E isso doía.

No fundo, ele tinha quase certeza do resultado do teste.

Tudo batia: idade, lembranças, o colar, até as mínimas coincidências temporais.

Era ela.

Tinha tudo pra ser ela.

Mas, mesmo assim, ela ainda mantinha um muro entre os dois.

Renato respirou fundo.

Não a pressionaria.

Deixaria que o tempo, e o exame de DNA, provassem a verdade.

— Que tal almoçarmos juntos hoje? Pode ser? —Perguntou ele, com um tom gentil.

Vitória hesitou por um segundo. Pensou, analisou.

Depois, assentiu com leveza.

Renato sorriu. Um sorriso discreto, mas sincero, brotando no canto dos lábios.

Ele sabia que ia levar tempo para ela aceitá-lo como irmão.

E tudo bem.

Estava disposto a esperar.

E a conquistar, passo a passo, esse laço que lhes foi roubado.

Do outro lado da mesa...

Vitória ficou um instante sem reação.

Renato, que até então mantinha um semblante firme, quase severo, de repente sorria para ela.

E aquele sorriso...

Aquele maldito sorriso…

Simplesmente desarmador.

Ele já era o homem mais bonito que ela tinha visto.

Mas sorrindo, ficava ainda mais irresistível.

Por um segundo, Vitória sentiu o rosto esquentar.

Desviou o olhar discretamente, com medo de parecer encantada demais.

Não podia dar bandeira.

Não podia esquecer seu papel.

Renato, por sua vez, viu quando ela desviou os olhos.

E pensou que fosse timidez, um certo nervosismo natural.

“Ela ainda está desconfortável… Deve estar com medo.”

Decidiu, então, que sorriria mais vezes para ela.

Seu semblante sério podia assustar.

E ele não queria isso.

O tempo passou rápido.

Já fazia mais de uma hora desde que se encontraram.

O café na mesa estava frio há muito.

Renato olhou para o relógio.

Faltavam vinte minutos para sua videoconferência.

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