Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 455

A jovem, ao ouvir aquilo, levou o copo à boca e tomou dois pequenos goles, apenas para umedecer a garganta. Depois, ficou ali sentada, em silêncio.

— Notei que você estava meio desconfortável mais cedo. — Disse Leonardo, apoiado no corrimão, com o olhar tranquilo sobre ela. — Mesmo sem termos combinado nada antes, até que nos saímos bem, não acha?

— Obrigada. — Respondeu ela, com a voz mais baixa do que antes.

Ele não percebeu nada estranho no tom e apenas sorriu, gentil:

— Foi o mínimo. Fico feliz por ter podido ajudar.

A conversa parecia que ia morrer ali.

Mas Leonardo não era qualquer um. Para ele, manter o fio do diálogo era como respirar: natural, instintivo.

— Assisti à sua primeira dança. — Disse ele. — No terceiro compasso de oito tempos... Se você tivesse girado mais meia volta, teria sido ainda mais bonito.

Nada de elogios óbvios, nem bajulação.

Ele não disse que ela dançava como uma deusa, nem que era linda ou cheia de graça.

Ele apontou um detalhe.

Como se estivessem apenas conversando sobre dança, de forma técnica e despretensiosa.

Porque ele sabia: garotas sem experiência amorosa exigem uma abordagem completamente diferente.

Se jogasse charme direto, se fosse muito incisivo, só a assustaria.

Mas assim, com tato, com calma, fazendo-a baixar a guarda... Ele já estava meio caminho andado.

Sentada no banco, ela pareceu refletir sobre o que ele disse.

Depois, assentiu com um pequeno movimento de cabeça, concordando.

Começaram a conversar sobre ritmos, compassos, variações de tempo e o diálogo fluiu com leveza.

A atmosfera era surpreendentemente boa: sem pressão, sem tensão.

Parecia que eram amigos antigos, unidos pela música.

Leonardo sentiu que o momento tinha chegado.

— Que tal... Colocarmos em prática aquele ajuste que comentamos? — Disse ele, com um sorriso gentil, mas com aquele brilho cativante no olhar.

Então deu um passo à frente, ficando de frente para ela.

Estendeu a mão direita, num gesto clássico de cavalheiro, com a ponta dos dedos levemente voltada para cima.

Nos lábios, um sorriso suave.

Charmoso, ligeiramente travesso, irresistivelmente atraente.

A jovem repousou a mão com leveza sobre o punho da camisa dele, evitando o contato direto com a pele.

Leonardo baixou o olhar, e o sorriso em seus lábios se abriu ainda mais, como uma brisa cálida no fim da tarde.

— Se alguém visse de longe. — Comentou com humor. — Diria que sou um eunuco da corte conduzindo a bela e nobre princesa do império...

O jeito com que disse, carregado de auto ironia, fez a jovem conter uma risada.

Ela curvou os olhos num sorriso discreto e, com toda a elegância que a boa educação permitia, manteve a compostura impecável.

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