Eduardo, pela primeira vez em muito tempo, não soube o que responder.
Conversar com ela não podia ser como com a Letícia? Por que tanta formalidade, tanto cuidado, como se estivesse pisando em ovos?
Chegou a digitar uma resposta, mas acabou apagando. Sentiu que, no fundo, estava colhendo o que plantou.
Afinal, o título de “Sr. Eduardo” não era só uma formalidade. Era uma barreira real entre eles.
Além disso, ele mesmo vivia provocando, zombando dela, como se se divertisse com a reação da menina.
Eles nem sequer podiam ser chamados de amigos.
Então, esse tipo de tratamento educado e frio... Ele merecia.
Soltou um suspiro pesado, começando a se arrepender de ter agido de forma tão impulsiva antes.
A imagem de Beatriz veio à sua mente. O rosto gentil, a postura cuidadosa, a voz sempre medindo as palavras.
E foi então que Eduardo chegou a uma conclusão: não era culpa dele.
Na psicologia, existe um termo chamado “agressividade fofa”, aquele impulso incontrolável de querer provocar ou apertar algo ou alguém que é absurdamente adorável.
Beatriz, para ele, era isso.
Como um gatinho indefeso, que mesmo quando se irritava e mostrava as garras, não machucava ninguém. As unhas nem saíam.
Enquanto ele se perdia nesses pensamentos...
No mesmo instante, em uma cela isolada do centro de detenção, Gabriel também almoçava.
A refeição tinha sido especialmente montada por um nutricionista, a pedido do Sr. Henrique.
Mas Gabriel comia sem vontade. Escolhia o que colocava na boca com uma expressão de enfado.
As costelas estavam secas. O milho não era do tipo que gostava, preferia o doce, macio. A alface, amarga, intragável.
Se fosse a Beatriz quem tivesse cozinhado...
Ela com certeza teria eliminado qualquer traço de amargor. As costelas estariam no ponto certo, macias e saborosas.
Enquanto comia, a comparação era inevitável. Gabriel parou com o garfo e a faca no ar.
Durante dois anos, quase todos os dias ele havia saboreado as refeições dela. Ricas, nutritivas, feitas com carinho.
E, graças a isso, até as crises de gastrite dele haviam diminuído. Beatriz cuidava dele como ninguém.
E mesmo assim...
Ele teve a audácia de dizer que a comida dela era “sem gosto, como mastigar cera”.
Palavras que destruíram o coração dela.
As sobrancelhas de Gabriel se uniram num vinco de dor. Levou a mão esquerda ao peito, tentando controlar a enxurrada de memórias que o consumiam.
Ele sabia: se continuasse a pensar em tudo o que fez com Beatriz, suas emoções o dominariam. E todo o autocontrole que cultivou nos últimos dias desmoronaria.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Libera os capitulos!...
Desbloqueia os capitulos...
Estou amando...
Cadê a atualização dos capítulos?...
Nunca consegui ler um capítulo grátis no BueNovela e leio romances no aplicativo. Consigo no maximo desbloquear 2 capítulos por dia. E nem tem a opção de ver vídeos para desbloquear...
No BueNovela e no Goodnovel vc consegue ler 12 capítulos grátis por dia, apenas vendo 2 vídeos por capítulo. Não paguem aqui!...
Para pagar prefiro pagar ao BueNovela ou Goodnovel. Cara de pau de vcs cobrarem!...
Vão começar a cobrar agora pelos livros?...
Poxa, um dos melhores agora é pago...Que pena, irei ler em outras plataformas...