Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 375

— Tsc... Tem gente aqui que fala uma coisa, mas faz outra. — Provocou Leonardo, com ar teatral. — Na frente se faz de imparcial, todo sério, mas por trás tá mandando presente pra moça, hein?

Eduardo não disse nada...

Tá. Ele de fato pensou em dar algo para Beatriz. Mas... Ainda nem tinha comprado.

A ideia era que Letícia comprasse, e ele a reembolsaria depois. Só que, em vez da irmã mandar a nota fiscal, apareceu dizendo que ele já tinha mandado o presente?

Eduardo se afastou um pouco no banco, pegou o celular e checou novamente.

Não foi ele.

Então... Quem foi?

— Ah, qual é. Se você quis dar, tudo bem. Não vou te zoar por isso. — Disse Leonardo, balançando a cabeça com resignação diante do esforço do amigo em esconder o que não precisava esconder. — Tem necessidade de tanto segredo?

— Não fui eu. A Letícia se confundiu. — Respondeu Eduardo, seco.

A irmã tinha sido bem clara: alguém usou o pretexto de “prêmio” para entregar uma bolsa de luxo para Beatriz. Valor? Sete dígitos. Um presentinho nada modesto.

Claramente estavam se aproveitando do fato de que Beatriz não era ligada em marcas de luxo. Com sorte, nem perceberia o valor real daquilo.

Mas... Quem faria isso?

Daniel? Difícil. Apesar de ser empresário, não era de sair comprando bolsas milionárias assim, do nada.

E se fosse para dar o presente, ele não faria questão de esconder. Pelo contrário, faria de tudo para que Beatriz soubesse.

Então... Só sobrava uma pessoa:

Gabriel.

Ele queria reatar. Queria reconquistar Beatriz. E, por isso, começava com esse tipo de agrado indireto.

— E a Beatriz? Como ela tá lidando com o ex-marido? — Perguntou Eduardo, virando-se para Leonardo.

— Evita como se fosse uma cobra venenosa! — Respondeu ele na hora. — Pensa bem: o cara foi violento, traidor, quase matou ela... Claro que ela sente pavor. Depois da audiência, quando ele tentou alcançá-la no estacionamento, Beatriz ficou pálida, parecia um coelho assustado. Foi embora tremendo.

Eduardo apertou levemente os lábios.

— Mas por que a Lê ia desconfiar logo de você? No mundo tem um monte de gente com grana, por que não suspeitar de outro? — Perguntou Leonardo, curioso.

— Porque eu comentei que queria comprar algo para Beatriz como forma de desculpa.

Da outra vez dei um perfume, e ela me retribuiu com um par de abotoaduras. — Respondeu Eduardo, contando a verdade logo, para evitar que o amigo começasse a inventar coisa.

— Pfff! — Leonardo soltou uma risada involuntária, balançando a cabeça. — Ai, ai... Essa minha cliente é sincera até demais. Aposto que o tal do Gabriel nunca deu um presente na vida, por isso ela nem sabe o que significa “aceitar” um.

— Isso se chama educação. — Corrigiu Eduardo, com uma expressão contida.

— Melhor ainda! Assim vocês dois continuam nesse troca-troca eterno e mantêm o contato. — Provocou Leonardo, com um sorrisinho maroto.

— Não conta para Beatriz que foi o Gabriel quem deu a bolsa. — Pediu, num tom sério.

— E eu lá ia contar? Aquilo foi um presente, e presente a gente aceita de boa. — Disse Leonardo, como se fosse a coisa mais lógica do mundo. — Aquele Gabriel comprou de tudo pra amante, sabe-se lá quantos presentes já deu. E pra ex-esposa? Só uma bolsinha! Conta outra. Dá até vergonha de comentar. E eu ainda tô correndo atrás da compensação financeira da Beatriz... Aquela menina, tão honesta que chega a dar dó.

Eduardo ficou em silêncio, sem rebater.

Os dois seguiram para a próxima tacada, com o sol batendo nos campos verdes, enquanto o jogo e aquela conversa cheia de entrelinhas, continuava.

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