Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 365

Apesar de, um tempo atrás, os dois irmãos terem tentado enganá-lo dizendo que Eduardo estava namorando Beatriz... Gabriel nunca acreditou naquela história.

Se estivessem mesmo juntos, como explicar o fato de que nunca eram vistos no mesmo lugar, ao mesmo tempo?

Nada de mãos dadas. Nada de encontros. Nem mesmo um gesto mínimo.

Dessa última vez, o tal Eduardo nem saiu do carro. Só deixou as duas no shopping e foi embora.

A princípio, só de ter confirmado que o carro era dele, Gabriel já pensava em encerrar o assunto.

Mas...

Passados alguns minutos, ele acabou não resistindo. Decidiu entrar em contato com o dono do restaurante onde Beatriz havia almoçado naquele dia.

Em situações normais, qualquer informação de cliente seria confidencial.

Mas Gabriel não era um cliente comum.

Ele era Gabriel, CEO do Grupo Pereira.

Mesmo os donos dos restaurantes mais sofisticados sabiam reconhecer com quem estavam lidando e, mais importante ainda, sabiam que agradá-lo poderia trazer bons frutos no futuro.

— Sim. O valor final da conta foi pago pelo Sr. Eduardo. —Confirmou o dono do restaurante.

Nome confirmado. Gabriel franziu a testa e perguntou:

— Ele fez reserva para duas pessoas e depois incluiu mais uma?

— Não, na verdade... A reserva do salão privativo não foi feita pelo Sr. Eduardo, e sim por uma senhora chamada Beatriz. —Respondeu o homem, com educação.

Gabriel congelou.

“Beatriz...?”

Aquilo ele não esperava.

“Ela quem fez a reserva? Mas... Foi o Eduardo quem pagou a conta?!”

Confuso, Gabriel insistiu:

— E como isso funciona? Como a reserva foi feita por ela, mas o pagamento no final foi dele?

— Nosso sistema funciona com pagamento dividido. Uma entrada na reserva e o restante no encerramento da refeição. —Explicou o dono.

Gabriel apertou os lábios.

Então, Beatriz foi quem fez a reserva... Mas Eduardo quem quitou o restante da conta.

Se foi Eduardo quem convidou, por que ele não fez a reserva direto?

E por que não pediu pra Letícia reservar? Ela é irmã dele, não seria mais natural?

Nada fazia sentido.

E por mais que Gabriel tentasse encontrar uma explicação lógica, ele sabia: a verdade só os envolvidos poderiam lhe contar.

Já ia desligar a ligação, quando ouviu a voz do dono do restaurante de novo, hesitante:

— Sr. Gabriel... Na verdade, parece que quem ofereceu o almoço foi mesmo a Srta. Beatriz.

Essa foi a hipótese que mais fez sentido pra Gabriel.

E, com ela em mente, ele não segurou a irritação.

“O império dos Martins tá ruindo, é? Eduardo não consegue nem pagar o próprio almoço? Precisa se enfiar em convite de mulher agora?

E ainda aparece todo arrumadinho, feito um pavão abrindo as penas, bancando o jovenzinho... Pra quem, exatamente?”

Sabendo que ele sempre penteia o cabelo pra trás, vir todo descolado assim hoje só podia ser pra se exibir pra Beatriz.

Gabriel não sentia ciúmes do encontro em si. Não era disso que se tratava.

Mas sentir ciúmes de outras coisas, sim e muito.

Do simples fato de Eduardo ter almoçado com ela.

De ter estado ali.

De ter a ousadia de querer se mostrar interessante.

Tudo isso o incomodava profundamente.

Assim que encerrou a ligação com o restaurante, uma nova notificação surgiu no canto da tela.

Email novo.

Era o que ele havia solicitado na sexta à noite: as imagens das câmeras de segurança do hotel onde Vitória reapareceu, no mesmo dia em que ele, Beatriz e Daniel haviam jantado juntos.