Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 358

— Eu só fico na casa da Bia, como, durmo lá... A gente tem intimidade, não precisa ficar medindo essas coisas. — Disse Letícia, com naturalidade.

Eduardo ia abrir a boca para retrucar, mas ela se antecipou:

— Ah, fala sério. Você tá é com inveja, isso sim. Não aguenta me ver de boa, aí vem com essas indiretas, cheio de recalque.

Eduardo não disse nada...

No banco de trás, Beatriz ficou sem palavras...

Ela olhava para a amiga com uma expressão ligeiramente constrangida.

“Eduardo com inveja só porque Letícia mora na minha casa?

Lê, melhor você ficar quietinha, vai…”

— Letícia... — Murmurou Beatriz, tentando intervir.

— Vamos encerrar esse assunto. Eu e o Sr. Eduardo já chegamos a um acordo mútuo. — Completou, com firmeza contida.

Letícia virou-se e lançou um olhar meio impaciente para a amiga, como quem diz:

“Pra quê tudo isso de formalidade com meu irmão?”

— Então faz como eu falei: uma vez só, tá ótimo. E que o secretário dele venha buscar. — Decretou.

Eduardo pensou: “Uma refeição? Tá bom. No fim, ainda saio no lucro.”

Mas então, Beatriz abriu a boca e disse calmamente:

— Eu pensei em fazer por um ano. Duas refeições, todo sábado.

Letícia congelou.

— O quê???!!!

Eduardo também ficou paralisado.

“Um ano inteiro...?”

Ele já tinha sacado que Beatriz era absurdamente correta, mas isso... Isso era demais.

Achava que ganharia umas quatro refeições, um mês, no máximo.

Mas ela estava falando de cinquenta e duas semanas. Cem marmitas.

“Será que esse casamento de contrato com o Gabriel foi mesmo por vontade dela? Ou enganaram a coitada?”

— Bia... — Letícia estava tão chocada que nem sabia o que dizer.

Demorou alguns segundos até conseguir articular uma frase:

— Bia, do jeito que você é... sinceramente, só apanhando da vida pra deixar de ser assim, tão doce e inocente. — Acrescentou, meio preocupada, meio zombando.

“Será que é mesmo...?

Na minha cabeça, tudo era simples: era só manter as coisas justas.

Eu só queria evitar dever qualquer favor.”

E mesmo fazendo tudo isso, ainda nem tinha conseguido retribuir o que Letícia já fizera por ela.

Do banco do motorista, Eduardo soltou, como quem puxava assunto de repente:

— Quando você se formasse, ia virar dona de casa? Cuidar da comida, da roupa e da vida do Gabriel?

Beatriz não entendeu o tom, mas respondeu com um:

— Sim.

— Agora entendi tudo. Assim tão ingênua... Fácil de enganar mesmo. — Disse Eduardo, num tom quase casual.

Beatriz não disse nada...

— O mundo é injusto, Beatriz. E se quiser sobreviver, tem que aprender a jogar.

Quem não souber ser ligeiro, não consegue avançar. — Continuou ele. — Não precisa pagar cada centavo, cada detalhe. Tem coisa que a pessoa te dá porque quer. Se for de graça, aceita. Não precisa retribuir tudo. Às vezes, só receber já é o certo.

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