Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 349

— Eu sou sua irmã. A Bia é minha amiga. Não tem como ser a mesma coisa. — Comentou Letícia, revirando os olhos.

Era isso mesmo. O irmão estava tão acostumado a zoar com ela que agora estendia a tradição até para a amiga.

Com Letícia, era confronto direto. Com Beatriz, a provocação vinha disfarçada, mais sutil, mais enfeitada. Mas, no fundo, ainda era provocação.

Beatriz, ouvindo a justificativa de Eduardo, concordava em silêncio com a crítica da amiga.

Ela não fazia parte da família Martins. E Eduardo estava sendo, no mínimo, excessivamente familiar com ela. Ainda mais considerando que, no início, ele a havia interpretado mal e saído do lugar com arrogância.

Eduardo, porém, tinha a resposta na ponta da língua.

— Justamente por ser amiga da minha irmã, trato como se fosse da família. Como uma irmã também. Não faço cerimônia.

Assim que ele disse isso, Beatriz e Letícia trocaram um olhar. Por alguns segundos, nenhuma das duas encontrou argumento para rebater.

“Essa falta de cerimônia aí... Tá passando do limite. Melhor não exagerar nessa intimidade espontânea, porque entre a gente não tem laço nenhum, muito menos de sangue.” pensou Beatriz.

“Pera lá... Meu irmão provocando irmã com piadinha de duplo sentido? Tem alguma coisa muito errada aqui.” pensou Letícia.

Ela já ia soltar o pensamento, sobrancelha franzida, mas Eduardo foi mais rápido e mudou de assunto.

— Antes de pedir pra Letícia falar comigo... Você chegou a pensar em me ligar diretamente?

Retomava o assunto anterior. Não era uma pergunta realmente importante, mas ele queria mudar de tema. Seu instinto dizia que insistir naquele ponto anterior era arriscado.

Beatriz ficou surpresa. Claramente, nunca tinha cogitado ligar para ele.

Eduardo percebeu na hora.

— O número que te passei no cartão... Se um dia precisar entrar em contato comigo, pode ligar direto. Vai cair no meu celular. Nem passa por central, nem recepção. — Explicou, em tom casual.

Beatriz piscou, um pouco surpresa. Não imaginava que aquele cartão fosse tão especial.

Então... Ele a tinha dado o número pessoal?

Normalmente, só gente do alto escalão devia ter acesso àquele contato.

Ela se recompôs e assentiu com educação.

Mesmo que, sinceramente, não achasse que alguma vez fosse ligar para ele.

O cartão havia sido rasgado em pedacinhos. Picado mesmo.

Ou seja, mesmo que alguém revirasse o lixo, não conseguiria montar os números de volta.

Mas essa parte... Ela não ousava contar.

Era o número pessoal do Sr. Eduardo. Aquilo era quase como um gesto de consideração da parte dele, e ela, simplesmente, destruiu.

Mesmo que tivesse feito aquilo num momento de raiva, depois de ser provocada por ele... Ainda assim, não deixava de ser um gesto impensado e indelicado.

— Por que não responde? — Perguntou Eduardo, fitando-a, após dois segundos de silêncio.

Ela já tinha se perdido nos próprios pensamentos. E os olhos vagavam inquietos, como se buscassem uma rota de fuga.

— Estou começando a achar que tem alguma coisa errada nessa história. — Completou ele, agora mais atento.

Afinal, como CEO, saber ler pessoas era praticamente uma habilidade de sobrevivência.

E tudo ali... Cheirava a segredo.

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