Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 330

— Como presidente do Grupo Pereira, minha prioridade é o futuro do grupo. E quem tiver capacidade é quem vai ocupar o cargo. — Declarou Sr. Henrique, com voz firme e fria.

Gabriel cerrou os dentes ao ouvir isso. Engolindo a raiva, retrucou:

— E a minha capacidade? O senhor não reconhece mais? Em dois anos no grupo, fui dedicado, comprometido, impecável. Nunca dei motivo pra críticas!

— Isso foi antes. — Rebateu Sr. Henrique, com um olhar gélido e penetrante. — Gabriel, você acha mesmo que eu não sei o que andou fazendo com a Aurora? Aquisições impulsivas, expansão irresponsável, entrando em áreas sem viabilidade, tudo por vingança pessoal.

Gabriel ficou em silêncio por um instante, pego de surpresa. Depois ergueu o queixo e se justificou, num tom teimoso:

— Os projetos têm retorno, sim. O lucro só não apareceu ainda porque é fase inicial. E todos os valores foram alocados dentro do setor de investimentos, está dentro do orçamento!

— Não quero ouvir desculpas. — Interrompeu Sr. Henrique. — Se tem tanta certeza do retorno, então me entregue um plano de negócios completo. E mais: a margem de lucro não pode ser inferior a 60%. Caso contrário, não aprovo.

Gabriel ficou imóvel.

Sessenta por cento... Um índice absurdo. O avô estava nitidamente dificultando.

— Tem três dias. Se não entregar o plano, cancelo toda a parceria com a Aurora. — Completou o velho com frieza.

Três dias?! Gabriel ainda tentou negociar, mas ao ver o olhar firme e irredutível do avô, engoliu as palavras.

— Enquanto eu estiver vivo e no comando do Grupo Pereira, você não vai agir como bem entender. — Disse Sr. Henrique, cada sílaba carregada de autoridade. — Parece que o conforto te fez esquecer dos perigos ao redor. Não se iluda: se eu te escolhi como herdeiro, também posso mudar de ideia. Eu já revisei o histórico acadêmico e profissional daquele outro. Está tudo aqui. Ele não perde muito pra você. Seu cargo continua, por ora. O futuro... Vai depender do seu comportamento.

As palavras caíram como um raio.

Gabriel ficou parado, tenso como uma estátua. Os punhos cerrados, o maxilar travado. Olhava fixamente para o avô, como se quisesse confirmar se ele estava falando sério.

Mas não havia dúvidas.

Dessa vez... O avô estava falando sério.

“Ele está mesmo considerando aquele bastardo como sucessor?!

Mas o que foi que eu fiz de tão errado?!”

Gabriel gritava por dentro.

Tudo o que ele queria era não perder a mulher que amava. Só isso.

E agora... Justamente o avô que um dia empurrou aquele casamento era o mesmo que o punia?

A revolta queimava no peito, mas ele não gritou, não bateu na mesa, não se descontrolou.

Falava com um de seus contatos de confiança, ordenando:

— Quero que fiquem de olho na entrada daquele bastardo na empresa. Qualquer movimentação, me avise.

Desligou, e o olhar que ficou em seu rosto era sombrio, carregado de ódio silencioso.

“O velho quer trazê-lo? Muito bem. Que venha.

Vamos ver quanto tempo ele dura sob o meu comando.”

Ele duvidava que aquele filho da outra fosse qualquer coisa além de fachada. Filho de mulher baixa não pode dar coisa boa.

Ele ia manter tudo.

A Beatriz.

A presidência.

E não permitiria que ninguém, absolutamente ninguém, tirasse o que era dele.