Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 318

— Então quer dizer que você é a ex-Sra. Pereira! — Comentou uma colega, rindo com leveza.

— Não gosto desse título. — Respondeu Beatriz, com o rosto impassível e um certo tom de seriedade na voz. — Pode me chamar só pelo meu nome.

As colegas ao redor perceberam na hora o desconforto dela.

A que havia soltado o “Sra. Pereira” ficou visivelmente sem graça e se apressou a se desculpar:

— Desculpa mesmo, não foi por mal... Juro que não quis te ofender.

No meio dos boatos, corria também a fofoca de que Beatriz nunca tinha amado de verdade o Sr. Gabriel.

Diziam que o casamento com ele fora apenas por causa do Sr. Daniel e por isso mesmo ela odiava ser chamada de Sra. Pereira.

Apesar de esse nome ser o sonho de consumo de tantas mulheres... Beatriz o tratava como se não tivesse valor nenhum.

— Não tem problema. — Ela respondeu com um leve sorriso. — Se não for mais nada, podem voltar aos seus lugares, por favor.

Com isso, o grupo se dispersou e cada um voltou para sua mesa.

Beatriz terminou o copo de leite e mergulhou no trabalho.

Ao longo do dia, ninguém mais foi procurá-la diretamente pra perguntar nada.

Mas isso não impediu que olhares curiosos continuassem aparecendo aqui e ali.

E foi então que Beatriz percebeu algo curioso...

As pessoas da equipe estavam sendo... Muito mais respeitosas com ela.

Falavam com mais delicadeza, com um cuidado visível no tom de voz.

Na hora de distribuir tarefas, não havia sequer um questionamento.

Coordenar o trabalho ficou de repente muito mais fácil.

Ela comentou isso com Letícia, que respondeu por mensagem:

[As pessoas são movidas por interesse, ué. Antes te tratavam mal porque achavam que você era fraca e sem proteção. Agora a coisa mudou. No fundo, é tudo medo disfarçado de respeito.]

[Mas eu já me divorciei do Gabriel.]

[E daí? O rótulo de “ex-Sra. Pereira” ainda tá colado em você. Pra eles, isso já te coloca num outro nível.]

[ …]

Ela não gostava dessa sensação.

Parecia que não importava o quanto tentasse se afastar daquele título, ele sempre voltava.

Mas, no fim, decidiu não se importar.

Não prestaria atenção nisso.

Embora ela não fizesse questão de ser respeitada por status, era inegável que contar com a colaboração dos colegas tornava tudo muito mais fácil.

Além das mudanças dentro da própria equipe, Beatriz também foi surpreendida com convites para almoçar, conversinhas casuais de dois outros líderes de grupo...

Mas com a conta dividida, ao menos poderia tê-la por perto naquele jantar.

Os dois entraram juntos no elevador.

Ao fundo, outros funcionários, também saindo do trabalho, viram a cena.

E isso só serviu para reforçar ainda mais os rumores: “Beatriz será a futura esposa do patrão!”

No escritório da presidência do Grupo Pereira...

Gabriel que tinha colocado alguém infiltrado na Aurora e ainda mantinha seguranças para seguir Beatriz ficou sabendo rapidinho do tal jantar romântico.

“Um dia depois do divórcio... E ela já sai correndo pra jantar com o Daniel?”

Gabriel foi tomado por uma raiva cega, misturada com um ciúme violento.

Estava tão furioso que afundou a ponta da caneta-tinteiro direto no papel.

— Em qual restaurante eles estão? Me manda a localização. — Ordenou friamente ao telefone.

A voz era fria como gelo.

Não parecia alguém indo por acaso ao mesmo lugar.

Não, sua postura era a de alguém indo flagrar uma traição.

Como se ainda tivesse esse direito.