Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 315

“Mistério resolvido.

A culpa do mal-entendido não era de Beatriz.

Também não era de mim.

Era do maldito do Leonardo.

E ainda teve a cara de pau de aceitar um almoço grátis como se fosse a coisa mais normal do mundo!

Como conseguiu comer com tanta tranquilidade e consciência limpa?”

Eduardo estava com a expressão fechada, o rosto sério e duro como pedra. O olhar carregado de raiva fazia com que o funcionário à sua frente, que estava apresentando o relatório, começasse a falar cada vez mais baixo, achando que sua apresentação estava um desastre.

— Terminou? — Eduardo ergueu os olhos, encarando o slide do PowerPoint.

— Ainda não... — Respondeu o funcionário, quase engolindo as palavras.

— Sr. Eduardo, prometo que vou revisar tudo e entregar uma versão muito melhor! — Jurou, nervoso.

Eduardo franziu a testa.

— Eu nem dei minha opinião ainda. — Disse, com um olhar incisivo.

“Como é que ele já chegou à conclusão de que estava ruim?”

Por dentro, o funcionário só pensava: “Com essa cara de poucos amigos, o senhor já falou tudo... Só estou torcendo pra não ser massacrado.”

— Continue. — Ordenou o CEO, com frieza.

Sem saída, o funcionário engoliu seco e virou a próxima página. Foi apresentando o resto com a confiança escorrendo pelo ralo.

Quando finalmente o relatório completo sobre o planejamento de produto foi concluído, toda a equipe prendeu a respiração esperando por críticas pesadas.

Mas, pra surpresa geral, o Sr. Eduardo não foi nada agressivo. Pelo contrário, fez correções pontuais, comentários objetivos e até sugestões construtivas.

Todos respiraram aliviados de uma vez.

A reunião seguiu para a parte de discussão de ideias. O ambiente ficou mais leve, com os colaboradores trocando impressões em voz baixa.

Enquanto isso, na cadeira da ponta esquerda da mesa, Eduardo estava com o celular na mão, digitando com o semblante sério.

Os olhares de alguns funcionários foram naturalmente puxados para ele, e notaram que sua expressão voltara a ficar carrancuda.

Mas depois do que tinham acabado de passar, todo mundo entendeu: o mau humor não era por causa deles.

Era por causa de quem estava no celular com ele.

Ninguém ali era louco de fofocar sobre o chefe, claro. Desde que o motivo da raiva não fosse erro deles, estava tudo bem.

Nesse momento...

Se fosse qualquer outra pessoa, em qualquer outra circunstância, tudo bem.

Mas Beatriz... Era diferente.

Ela já vinha acumulando uma série de impressões erradas sobre ele. E agora, com essa duplicidade de mensagens, o estrago estava feito.

— Já que você fez questão de se adiantar, não precisava vir falar de novo. — Disse Eduardo, com voz tensa.

Leonardo pareceu querer dizer algo, mas Eduardo cortou na hora:

— E fala sério, desde quando você é tão prestativo assim? Que interesse foi esse de, do nada, correr atrás da Beatriz pra falar disso? Desde quando você é tão... Solícito?

Do outro lado da linha, Leonardo ficou alguns segundos em silêncio. Seu rosto mostrou um leve desconforto, mas ele tentou manter o tom leve:

— Ah, qual é, não fala assim... Nós somos amigos, né? Claro que eu pensei em você.

Eduardo não comprou nem por um segundo.

Se Leonardo estivesse mesmo pensando nele, já teria vindo se gabar logo depois, como sempre fazia quando achava que tinha feito algo útil.

O fato de ele ter ficado quieto esse tempo todo...

Só podia significar que havia alguma outra coisa por trás.