Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 287

— Beatriz, você é mesmo parcial... Mas também, faz sentido. Você só amou uma pessoa na vida: o Daniel.

As palavras saíram da boca de Gabriel com um tom de mágoa tão profundo que seu olhar parecia implorar por compreensão. A dor contida em seu rosto foi suficiente para que muitos ao redor suspirassem em silêncio.

“Pobre Sr. Gabriel... Ele realmente a ama.”

Beatriz, no entanto, manteve o rosto inexpressivo. Aquela encenação não a abalava em nada.

Quando Gabriel finalmente soltou Daniel, ela se virou e o ajudou a recompor-se com um gesto calmo. Mas direto.

Foi o bastante para incendiar o coração de Gabriel.

Ele cerrou os punhos com ainda mais força. Aquele simples gesto, discreto, mas carregado de significado, deixava claro o que todos já começavam a aceitar: a fofoca era verdadeira.

Os funcionários de ambos os lados, embora em silêncio, estavam em perfeita sintonia.

“Se ela não negou nem ali, com todo mundo presente... É porque era verdade.”

— Sr. Gabriel, não foi o senhor mesmo que disse que vinha apenas para discutir negócios? Agora está se contradizendo? — Daniel perguntou, firme.

— E eu fiz algo diferente disso? Qual das suas vistas privilegiadas viu alguma coisa além disso? — Gabriel respondeu, irritado.

— Você agarrou a Beatriz e não a deixava ir. — Daniel devolveu, direto.

— E por acaso eu a arrastei à força? Eu bati nela? — Gabriel rebateu, com os olhos faiscando.

Se olhares matassem, Daniel já teria morrido mil vezes.

Daniel hesitou por um segundo. Tinha chegado correndo e, de fato, não tinha visto os detalhes da cena. Ia perguntar a Beatriz, mas foi interrompido por mais uma investida de Gabriel.

— Eu estava conversando com a minha esposa. Algo absolutamente legítimo. — Disse ele, com ênfase. — Agora você, Sr. Daniel... Interferiu num assunto pessoal que não lhe diz respeito. Por quê? Tá com medo de que alguém descubra que você é o amante?

A acusação veio como um raio.

Na frente de todos, Gabriel atirava uma bomba direta em Daniel. E, ao mesmo tempo, moldava a narrativa a seu favor.

— Beatriz é uma mulher casada, e você sabe disso. Mesmo assim tem a ousadia de se envolver com ela publicamente?!

Era uma jogada esperta. Gabriel inverteu totalmente a situação e, diante de todos os funcionários da Aurora, pintou Daniel como o verdadeiro vilão: o amante.

A estratégia era clara. Se não podia vencer Beatriz no emocional, venceria no julgamento público.

O silêncio tomou conta do ambiente.

Cada vez mais funcionários chegavam para pegar o elevador. Mas, ao perceberem o que estava acontecendo, diminuíam o passo, paravam, fingiam mexer no celular.

Ninguém queria perder aquela cena.

Os funcionários do Grupo Pereira arregalaram os olhos, chocados. Um arrepio coletivo percorreu a sala.

“Fotos de marcas íntimas? De cama?!

Então era isso? O Sr. Gabriel teria traído primeiro... E a esposa teria revidado?

Talvez os dois fossem farinha do mesmo saco.

Talvez os dois tivessem sido pegos com a boca na botija.

Se era verdade, então não era à toa que Beatriz agora aparecia ali, tão abertamente, ao lado de Daniel.

No fim das contas... Talvez nem fosse traição, e sim um troco merecido.”

— Que fotos? Você tá inventando coisa agora! — Gabriel rebateu na hora, mas sua voz perdeu firmeza.

Por dentro, o desconforto começava a surgir.

Ele se lembrava bem daquela vez no hospital, quando Beatriz flagrou as marcas no pescoço dele. Beijos de Vitória. Ele jurava que não tinha passado disso. Só marcas.

— Claro que tenho provas. — Beatriz disse, fria como gelo. — Fotos que a própria Vitória me enviou. E você tem duas escolhas agora: ou sai daqui imediatamente com o resto da sua comitiva... Ou eu torno tudo público, e você vai desejar nunca ter saído de casa hoje.

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