Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 208

O motorista tentou impedir, ficando na frente, enquanto Letícia recuava com rapidez. Mas, claro, não perdeu a chance de jogar mais lenha na fogueira:

— Mesmo que a Beatriz diga isso na sua cara, você não vai acreditar, né? Então faço melhor... Na próxima vez que os dois saírem pra dar uns beijinhos, te chamo pra assistir de camarote~ — Disse ela, com voz doce e afiada.

O impacto foi brutal.

Gabriel explodiu. Deu um empurrão violento no motorista, que quase caiu. Letícia viu na hora: o cachorro raivoso tinha surtado de vez.

Ela recuou ainda mais rápido, em pânico.

“Meu deus, acabou. Peguei pesado. O maluco surtou de verdade!”

No instante em que tentou se virar pra correr, o salto do sapato prendeu no chão. Letícia tropeçou, soltando um grito. Gabriel já estava em cima dela, braço estendido como uma garra prestes a agarrá-la.

Mas, no último segundo, dois seguranças apareceram, vieram com tudo e agarraram Gabriel pelos lados, um de cada lado, contendo-o com força.

Ao mesmo tempo, a marmita térmica, que já estava escapando das mãos de Letícia, foi segura por uma mão firme e rápida.

— A sopa que minha namorada fez pra mim com tanto carinho... Não dá pra desperdiçar assim, né? — Disse Eduardo com naturalidade, pegando o pote como se nada tivesse acontecido.

Letícia se recompôs rapidamente ao perceber quem era. Era o irmão.

Mas... Pela cara dele, e pela frase que acabara de soltar... Será que ele tinha ouvido tudo?

“Ai, ai, ai... Tomara que ele não me desmascare.”

Ela lançou um olhar cheio de significado, esperando que ele entendesse e fingisse demência. Mas Eduardo nem olhou pra ela, continuou segurando o pote com calma, os olhos focados na confusão entre Gabriel, os seguranças e o motorista.

Gabriel se debatia como um animal fora de controle, chutando, socando, e mesmo assim encontrava fôlego pra berrar em direção a Eduardo.

Porque o que ele acabara de ouvir... Ecoava na cabeça feito alarme:

“Minha namorada...”

Ao lado, Letícia olhava pro irmão com orgulho, o sorriso se abrindo no canto da boca.

“Isso que é irmão de verdade. Topa até fingir namoro comigo só pra completar o teatrinho... Parceria de sangue!”

— A Beatriz nunca ia gostar de você! Um cara venenoso, falso, cínico... Ela tem nojo de homem como você! — Gabriel começou a xingar, cada vez mais descontrolado.

— Ainda sou bem melhor do que um traidor agressivo como você. Pelo menos eu sou fiel. Cuido bem dela e trato com carinho. — Respondeu Eduardo, rebatendo com um sorriso educado, devolvendo-lhe as próprias palavras como uma bofetada.

Ao ouvir a expressão “sou fiel”, Letícia quase perdeu o ar. Virou-se rapidamente, tapando a boca para não explodir em gargalhadas.

“Meu Deus, o meu irmão virou meme ambulante agora? Desde quando ele sabe usar essas expressões de internet?!”

— Eu nunca bati nela! Também não traí! Tá me difamando! Se prepara que vai receber notificação judicial! — Gabriel berrou, atingido em cheio.

— Pode mandar. Estou só esperando. — Respondeu Eduardo, com um tom preguiçoso e um olhar de total desdém. — Já virando-se para ir embora, Eduardo lançou mais uma flecha final, a que cravaria fundo. — A Beatriz é mesmo uma mulher incrível. Linda, corpo perfeito. A cintura dela... Dá pra segurar com uma só mão. As mãos são macias, branquinhas... Bem delicadas. Tá um pouco magra, mas tudo bem. Eu cuido disso. Vou engordá-la com amor.