Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 191

Beatriz apertou os lábios. Gabriel havia dito, anteontem, que contratara uma equipe inteira de advogados. Ela não imaginava que fosse verdade, muito menos que ele agisse tão rápido.

Ela tirou Rafael da lista de bloqueio e fez a ligação. Assim que ele atendeu, disse:

— Obrigada por me avisar. Nos próximos dias, vou procurar um advogado pra lidar com isso.

Do outro lado, Rafael respondeu:

— Não tem de quê. O Sr. Gabriel veio preparado e deixou claro que vai ganhar essa disputa. Caso contrário, disse que vai acabar com a reputação dos advogados dele.

O semblante de Beatriz ficou ainda mais frio ao ouvir isso.

Rafael estava passando informações para ela, mas ela sabia bem: ele ainda era assistente de Gabriel. Pediu que ela mantivesse sigilo, o que Beatriz entendeu imediatamente.

— Pode ficar tranquilo. Eu não vou expor você. Também não direi nada ao Sr. Henrique, pelo menos por enquanto. Quando o processo for oficialmente aceito, aí sim eu o aviso. — Afirmou Beatriz.

— Ontem à noite, aquela ligação que fiz foi pra te falar disso? — Perguntou em seguida. — Desculpa, acabei não atendendo.

— Ah, não, na verdade não era sobre isso. — Explicou Rafael. — É que o Sr. Gabriel foi até seu condomínio ontem à noite e os seguranças acabaram chamando a polícia. Eu só queria pedir sua ajuda pra tentar resolver a situação com uma declaração de compreensão.

Beatriz ficou paralisada.

Gabriel esteve no Le Park ontem à noite?!

De repente, ela se lembrou de que Letícia havia dito que estava ocupada e chegou a descer o prédio. Então, perguntou:

— E com quem você conseguiu resolver isso? Foi com a Letícia?

— Sim, com a Srta. Letícia. Ela estava lá na hora e também chamou a polícia. — Respondeu Rafael.

Beatriz compreendeu tudo. Letícia a havia protegido em segredo e, ainda por cima, não contou nada para que ela não ficasse preocupada. Um calor silencioso tomou conta do seu peito.

Rafael então mencionou que o Sr. Gabriel estava tentando comprar os prédios do condomínio onde ela morava e que, inicialmente, o plano era adquirir a Aurora. Inclusive, representantes do Grupo Pereira já tinham ido lá negociar.

Naquela mesma tarde, ela entrou em contato com alguns dos escritórios de advocacia mais renomados da Cidade A. Explicou brevemente a situação, mencionando com quem seria o litígio, e deixou que cada um decidisse se toparia ou não assumir o caso.

Como já esperava, ao saberem que o processo era um divórcio contra Gabriel, herdeiro da família Pereira, vários escritórios recuaram. Disseram que não poderiam se envolver, temendo represálias do clã Pereira no futuro.

Somente um escritório aceitou ao menos considerar. Beatriz marcou uma reunião detalhada para o sábado e já havia enviado parte dos documentos para avaliação prévia.

Enquanto isso, no escritório LexNova Advocacia...

Na cadeira do diretor, um homem folheava os papéis recém-impressos que o assistente acabara de lhe entregar. O cheiro morno da tinta ainda pairava no ar.

— Chefe, o senhor tem certeza de que quer assumir isso? Estamos falando de um processo contra a família Pereira. — Alertou o assistente, com gentileza.

— E por que não? — Respondeu o homem, deixando os papéis sobre a mesa. — O papel do advogado é justamente dar voz a quem enfrenta injustiças.

Um leve sorriso se formou em seus lábios. Um sorriso cheio de confiança... E com um toque nada ortodoxo.