Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 172

Gabriel até pensou em recusar a ligação, mas, sem querer, acabou apertando o botão de atender. Do outro lado, a voz grave e autoritária de um homem de meia-idade ecoou, carregada de fúria:

— Gabriel! Tá se achando agora, é? Criou asas, foi? Nem o meu telefonema você atende mais?!

Desde a noite anterior, quando ele postou aquela foto no status, o pai vinha tentando falar com ele. No total, já eram dez chamadas ignoradas entre a madrugada e o dia inteiro.

— Você não já se divorciou? Então qual é a dessa história de postar certidão de casamento? A família Martins tá querendo explicação, e você que se vire pra dar! — Esbravejou André Pereira, sem disfarçar a raiva.

— Não tem o que explicar. Eu não vou me divorciar, então, naturalmente, não vai ter aliança com a família Martins. — Respondeu Gabriel, em tom frio.

— Tem coragem de repetir isso na minha cara? Juro que eu te quebro todo, seu desgraçado!

André perdeu a cabeça, tomado por um ódio incontido.

— Heh... Você acha que consegue? Se não fosse por causa do vovô, você já teria ido pro inferno fazer companhia pra minha mãe. — Debochou Gabriel, com um sorriso gélido no canto da boca.

— Você... Você...

André tremia de raiva, a fala embargada.

— Amor, calma... Não se exalta assim. — Uma voz feminina, irritantemente doce, soou ao fundo do fone.

Ao ouvir aquela mulher desprezível, Gabriel sentiu náusea. Seu olhar se encheu de gelo, os dedos tensos. Sem hesitar, moveu o dedo para encerrar a ligação.

— Foi você que quis o divórcio, agora vem dizer que mudou de ideia? Acha que isso aqui é brincadeira? Se é assim, acho melhor você deixar a presidência do Grupo Pereira de uma vez...

A voz do pai ainda ecoava, mas a ligação já havia sido cortada.

De repente, tudo ficou em silêncio. Gabriel permaneceu com a expressão vazia, completamente apático.

Pegou o celular e ligou para Rafael.

— Mas quem pediu o divórcio foi ele mesmo, não foi? O acordo já estava até assinado! — Retrucou André, visivelmente indignado. — Se não fosse pelo meu pai, eu nunca teria deixado ele se casar com a Beatriz. Filha de gente influente é o que mais tem por aí, e ele podia muito bem ter escolhido uma com quem realmente simpatizasse.

Ao ouvir isso, Tatiane estreitou os olhos, refletindo por um instante. Em seguida, tentou argumentar com doçura:

— Olha... A Beatriz é uma boa menina. Nesses últimos dois anos, ela cuidou do Gabi com tanta dedicação. Você não devia separar um casal assim, que se ama de verdade.

— Boa menina? De que adianta ser boa? — Rebateu André, irritado. — Se ele quiser herdar o controle da família Pereira, vai precisar de uma esposa com peso. Alguém com um sobrenome forte. Eu estou abrindo caminho pra ele!

Tatiane ficou em silêncio por um momento, os lábios apertados. Continuou sendo a esposa prestativa, entregando-lhe outro copo d’água com delicadeza.

Na cabeça dela, não importava se Gabriel gostava da Beatriz ou daquela modelo qualquer sem pedigree. Nenhuma das duas tinha nome, nem poder. Nenhuma agregava valor real.

— Se a família Martins quer mesmo uma aliança, a gente ainda tem o Felipe. — Disse ela, suavemente. — Ele só é um pouquinho mais novo que o Gabi. Tá morando fora agora, mas pode voltar a qualquer momento.

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