Esposa Grávida em Fuga romance Capítulo 96

A cor sumiu do rosto de Claudia.

Nunca imaginou que Arthur diria tal coisa. O que quis dizer com tomar mais cuidado da próxima vez? Acha que a queda foi culpa minha e não de Victoria e não vai responsabilizá-la por isso? Não, não devia estar pensando nestas coisas. Mas em por que de repente mudou de ideia depois de sair. Victoria deve ter-lhe dito alguma coisa. Será que...

Não se sentia muito bem com toda aquela situação.

Não pensou em mais nada e se jogou nos braços de Arthur, soluçando como uma criança inocente. “Sinto muito. Vou lembrar do que disse. Minha cabeça dói tanto, e o médico disse que eu ficaria com uma cicatriz, por isso estava de mau humor. Onde estava? Ficou sabendo que vou ficar uma cicatriz na testa, por isso está achando que vou ficar feia e não quer mais ficar comigo?”

O calor em seus braços o deixou ainda mais agitado. Ele franziu as sobrancelhas e quis afastá-la.

Claudia, porém, abraçou-o ainda mais e perguntou aos soluços: “Sabe por que arrisquei minha vida para salvá-lo quando éramos jovens?”

Ele parou. As memórias de infância sempre o atingiam em seu ponto fraco.

Com lágrimas nos olhos, a mulher enterrou o rosto em seu tórax e abraçou sua cintura com força. “Porque não posso te perder, Artie. Por favor, não me deixe.”

Arthur encarou-a. Lembrou-se de como ela tinha mergulhado no rio para salvá-lo enquanto lutava contra as águas, à beira da morte. Não era algo que uma pessoa comum pudesse fazer. Deve me valorizar muito por ter feito isso.

Aos poucos, cedeu. Sentia-se em dívida com ela por ter salvado sua vida. Deu um tapinha gentil no ombro dela e respondeu em tom suave: “Não exagere. Deixe-me levá-la de volta para o quarto.”

Sentiu-se aliviada quando percebeu que o tom de voz havia suavizado. Como sempre, mencionar o incidente é útil. Felizmente ainda tenho essa carta na manga. Parece que Victoria não é tão inútil, afinal.

Se não fosse por Victoria naquela época, ele poderia estar morto, porque Claudia não o teria salvado. Com o tempo que levou para encontrar ajuda, já seria tarde demais. Porém, graças à Victoria, ele não apenas sobreviveu, como deu a Claudia o título de heroína.

Foi como matar dois coelhos com uma cajadada só, pensou enquanto sorria em segredo.

De volta à enfermaria, o médico reapareceu para tratar o ferimento e deu-lhe algumas instruções. Sentiu-se angustiada com a ideia de uma possível cicatriz. “Doutor, vou mesmo ficar com uma cicatriz?”

O médico de meia-idade suspirou diante do olhar choroso. “O corte é profundo, por isso é muito provável que sim. Se se importa tanto, podemos analisar alguns tratamentos estéticos após a cicatrização. Ou você pode usar uma franja para cobrir.”

Claudia não gostava de sua testa, então já usava franja para cobri-la. Só assim sentia-se mais bonita. Se ficasse mesmo com uma cicatriz, sua franja faria o serviço e a tamparia. Contudo, não significava que aceitaria.

Assim que o médico saiu, voltou a chorar. “Artie, estou tão chateada. Será que vai ficar feio? Vai deixar de gostar de mim e não vai mais querer ficar comigo por causa disso?”

Os lábios dele se mexeram, mas não sabia que palavras deveria dizer. No fim só conseguiu dizer: “Descanse e se recupere primeiro.”

Não era o que queria ouvir, sentiu-se desapontada. Enquanto se deitava, pensou, Será que se apaixonou por Victoria nesses últimos dois anos? Nem pensar. Este é o homem que desejo e não vou entregá-lo a mais ninguém. Tenho de fazer bom uso do meu título de heroína e certificar-me de que Arthur se concentre apenas em mim.

Victoria, por outro lado, acordou sentindo-se mal. Após o tempo que passou deitada, sentiu uma onda de náusea tomar conta de si, de repente. Levantou-se e se arrastou até a pia, onde passou muito tempo tentando conter a ânsia de vômito, sem sucesso. Por fim, encostou-se na porta do banheiro, sentindo-se fraca. Por que pareço tão doente? Tocou a barriga com suavidade, parecendo preocupada. Há algo errado com o bebê?

Pouco depois lhe ocorreu que Victoria estava pedindo um dia de folga para ela em vez de pedir a Arthur. Por que não pediu ao Sr. Cadogan? Por causa da Claudia? Com certeza é!

No metrô lotado, Suelen se virou para Victoria com preocupação.

A mulher, enquanto isso, sentou-se, suas feições deslumbrantes pareciam fragilizadas, os lábios pálidos indicavam que havia sofrido muito.

Suelen tinha ouvido falar que algumas mulheres grávidas sofriam com enjoos matinais graves e vômitos. Embora eu nunca tenha visto isso em primeira mão, posso imaginar como deve ser ruim sentir o estômago agitado como um rio. Parece que a minha querida amiga está passando pelo mesmo. Eu sabia dos enjoos, mas vômitos são outra coisa. É ruim o suficiente para fazê-la empalidecer como se estivesse doente. Preocupada, segurou a mão de Victoria.

A mulher abriu os olhos e olhou para ela.

“Não se preocupe. Estou aqui”, disse Suelen, apertando a mão com intensidade, para confortá-la.

Victoria mostrou um leve sorriso e, em seguida, reclinou a cabeça em sua direção.

Suelen se endireitou e virou o corpo para deixar sua amiga usá-lo como apoio e Victoria descansou a cabeça no ombro de Suelen.

“Obrigada, Suelen.” É tão bom ter uma amiga de verdade.

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