Era Diamante: Brilho romance Capítulo 2117

Era sabido que Natalia possuía muito mais do que aqueles imóveis à vista. Todos da Família Ferreira sabiam que Natalia ainda guardava um caderno, onde ela havia registrado inúmeros projetos científicos de alto nível nos quais participara quando jovem.

Esses projetos eram todos confidenciais, mas o caderno de Natalia continha dados completos dos experimentos. Só por esse caderno, a Família Ferreira jamais deixaria que um estranho tirasse vantagem.

Eles simplesmente não podiam aceitar que Natalia reconhecesse mais uma afilhada.

Mas Natalia era teimosa por natureza, o tipo de pessoa que jamais seria conduzida por laços de sangue.

Ninguém na Família Ferreira ousava demonstrar descontentamento às claras, temendo irritá-la e que ela rompesse de vez com a família.

Se eles quisessem herdar os bens de Natalia, precisariam agir com cautela e investir aos poucos no afeto.

Esse, na verdade, era o principal motivo da pressa de Katarina em procurar Lea.

Lea não era ingênua; ela entendia muito bem as intenções dos pais. Mordeu levemente os lábios, falando com um tom um tanto aflito: "Não é que eu não queira visitar a tia no sítio, eu sempre tento agradá-la quando vou lá, faço de tudo para deixá-la contente. Mas ela nunca mencionou nada sobre o caderno, nem perguntou como estou indo no instituto. Acho que ela não quer me ensinar."

"Imagina, querida." Katarina tentou acalmá-la, dando leves tapinhas em sua mão, confiante: "Não pense besteira. No fim das contas, sangue é sangue. Você é a única sobrinha dela, e a herdeira da nossa geração da Família Ferreira. Não faz sentido ela preferir estranhos a você. O que você precisa é visitá-la mais, passar mais tempo com ela. Se ela ficar feliz, pode ser que acabe te dando o caderno."

Lea soltou a mão, abriu a janela do carro, deixando o ar fresco entrar. Respirou fundo e só então sentiu o coração menos apertado. Em voz baixa, disse a Katarina: "Entendi."

Katarina assentiu, satisfeita, voltando ao seu modo habitual de elegância e nobreza, ajeitou o lenço de seda nos ombros e falou distraidamente: "Quanto àquela afilhada... ah, ela que não pense que vai tirar proveito da Família Ferreira! Vou conversar com seu pai e arrumar uma oportunidade para falar com sua tia. Se não der certo, peço para seu avô intervir. Duvido que Natalia insista em reconhecer uma estranha como afilhada."

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