Através da porta, Nadia falou para quem estava do lado de fora: "Eu estou descansando. Vamos conversar sobre o trabalho depois do feriado do dia 1º de maio."
Mas, de repente, a voz trêmula e frágil, marcada por um tom de choro, atravessou a porta e fez Nadia despertar de imediato, preocupada em perguntar o que havia acontecido.
"Eu... eu estou com medo, me perdoe por incomodar!"
Nadia pensou por um momento, girou a maçaneta suavemente e disse à pessoa do lado de fora: "Entre."
Mariana, com os olhos visivelmente vermelhos, agradeceu baixinho e entrou no quarto.
Sentou-se com uma expressão abatida, começando a contar para Nadia tudo que havia acontecido recentemente:
"Jonas tem me assediado sexualmente. Ele manda mensagens completamente inadequadas. E agora há pouco me ligou dizendo que viria ao meu quarto em breve. Nadia, eu estou aterrorizada!"
O rosto de Nadia franziu em um misto de indignação e dúvida.
De repente, uma lembrança surgiu: a cena na churrascaria. Mariana estava abraçando voluntariamente o pescoço de Jonas.
Com isso em mente, Nadia a encarou com um olhar frio antes de perguntar, direta: "Então, por que você não chamou a polícia?"
"Eu... eu tenho receio de chamar a polícia e irritá-lo, de acabar prejudicando o projeto. E se o projeto for cancelado...?" - Ela respirou fundo e depois levantou o rosto molhado: "Nadia, ele também me forçou a alterar os requisitos. Disse que já não gostava de você fazia tempo e que queria arranjar uma desculpa para te substituir. Ele me pressionou a mentir... Eu fui uma covarde. Desculpa, de verdade, desculpa mesmo!"
Nadia, ao ouvir aquela confissão tão direta, ficou completamente atordoada.
"Então, a pessoa que chamou aquela senhora para causar problemas na empresa e espalhar rumores também foi você?"
Mariana se surpreendeu por um momento, depois mordeu os lábios inferiores, ansiosa para se distanciar dessa associação: "Isso não foi coisa minha! Foi Jonas quem fez tudo. Mas..."
Ela começou a soluçar de novo, demonstrando um profundo pesar: "Eu realmente sabia de antemão, mas fui ameaçada por ele e não ousei te contar. Nadia, me desculpa!"
Nadia ficou em silêncio, internamente conflitada, sem saber se deveria acreditar na história dela.
Enquanto ponderava, uma pergunta lhe veio à mente: Será que Mariana seria mesmo capaz de sacrificar a si própria pelo bem da empresa?
E se ela estivesse mentindo? Qual seria o propósito de toda essa história?
Sem chegar a uma conclusão, Nadia respirou fundo e decidiu oferecer conforto: "Você pode dormir aqui esta noite, amanhã..." - Mas então ela se lembrou dos compromissos do dia seguinte.
Levou a mão à testa, sentindo-se desamparada. Amanhã precisaria pegar o avião e não teria condições de lidar com aquilo - era melhor deixar Benício resolver.
Nadia assentiu, sentando-se no sofá para esperar. Alguns minutos se passaram. Ela viu Mariana ainda ocupada no banheiro e, sentindo o tempo passar, bebeu alguns goles de água da garrafa que estava sobre a mesa.
"Nadia, estou pronta. Podemos descer agora."
Mariana, arrastando uma mala pequena, sorriu para ela. Estava visivelmente mais tranquila. Se não prestasse atenção nos detalhes, ninguém diria que ela tinha chorado momentos antes.
Nadia sentiu algo estranho, mas não deu muita atenção, virando-se para ela com uma voz suave: "Vamos."
Assim que voltaram para o quarto no andar de baixo, um cansaço avassalador tomou conta de Nadia.
Ao olhar rapidamente para o celular, viu que já eram quase 11 horas da noite.
Não era de se admirar que estivesse tão exausta.
Com as pálpebras pesadas, Nadia mal conseguiu acender a luz e tropeçou de volta para a cama.
Enquanto estava meio sonolenta, parecia que alguém estava balançando seu braço...
"Estou tão cansada…" - murmurou, virando-se para o outro lado e se enrolando no cobertor, entregando-se ao sono.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...