Nadia, percebendo a situação, afastou-se lentamente até que não pudesse mais ouvir qualquer som vindo da conversa de Olavo.
Sentou-se, entediada, em um banco de pedra, mas sua mente insistia em especular sobre a relação atual entre Olavo e Natália.
Será que eram namorados? Talvez até casados?
Se fossem casados, algo parecia fora do lugar... Mas o quê exatamente?
Foi só quando Olavo reapareceu diante dela que uma lembrança veio à tona: certa vez, Mariana mencionou que, se eles fossem casados, Olavo certamente não estaria sem um anel.
Natália era o tipo de mulher que valorizava simbolismos e cerimônias. Se estivessem noivos ou casados, ela com certeza insistiria para que ele usasse uma aliança.
Mas, ao mesmo tempo, pensar que ainda não estavam juntos parecia igualmente improvável. Amigos de infância, vivendo lado a lado em um país estrangeiro por tanto tempo... Como não teriam desenvolvido algo mais?
"Pode ficar com o guarda-chuva por enquanto. Tenho vários no meu escritório."
Nadia ficou atônita: "Ah... Na verdade, eu posso descer rapidinho e trazê-lo em dois minutos."
Os olhos profundos de Olavo a encararam com uma intensidade que parecia desaprovar sua insistência.
Sob aquele olhar firme, Nadia sentiu o rosto esquentar, ligeiramente constrangida. Afinal, era apenas um guarda-chuva. Insistir mais faria parecer que estava exagerando.
"Então, eu devolvo amanhã."
Olavo verificou seu relógio de pulso antes de perguntar: "Vou jantar agora. Você já comeu? Quer vir comigo?"
"Não, obrigada. Já jantei."
"Tudo bem. Então, vou indo."
"Certo, até mais."
Nadia acenou levemente enquanto eles se despediam e seguiram em direções opostas.
......
Na manhã de segunda-feira, Nadia estava sentada à sua mesa no 25º andar do Grupo Horizonte Financeiro Investimentos, ocasionalmente lançando um olhar distraído para os registros de conversas no grupo de projetos da empresa.
"Sim, estou gastando. Coma bastante, não é sempre que terá essa chance de aproveitar." - respondeu Nadia, sem se importar com o comentário, sorrindo antes de descer para buscar o pedido no térreo.
Ela não esperava que o elevador estivesse tão lotado naquele horário, com ondas de pessoas entrando e a forçando a se espremer no canto.
'Ah, a opressão parece estar em toda parte' - pensou ela, resignada.
Com o espaço tão apertado, uma pessoa acabou pisando acidentalmente no pé de Nadia, fazendo-a se contorcer de dor.
"Desculpe, desculpe..."
Sem nem olhar para a pessoa, Nadia acenou levemente: "Tudo bem, tudo bem." - Não era culpa de ninguém. Se tivesse que culpar alguém, seria o maldito capitalismo que os forçava a trabalhar até tão tarde.
Chegando ao térreo, a multidão começou a se dispersar, mas a pessoa à sua frente não se moveu.
Nadia levantou os olhos e sentiu um calafrio ao reconhecer aquele rosto vagamente familiar.
Hélio Fonseca exibiu um sorriso amargo, com um toque de tristeza nos olhos, e perguntou: "O que foi? Três anos sem nos vermos e você já não me reconhece mais?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...