A brisa soprava suavemente, fresca e reconfortante.
Nadia contava nos dedos. Faltava apenas um mês para as férias. Como o tempo passava rápido. Ela disfarçou a empolgação, afastando com delicadeza os fios de cabelo que o vento teimava em levar para seus lábios, e perguntou a Olavo: "Como você vai passar as férias?"
Olavo abaixou a cabeça. Seu semblante era difícil de decifrar, mas trazia um ar inesperadamente perdido. Então, ele respondeu: "Não sei."
Mais uma vez, o silêncio constrangedor instalou-se entre eles.
Ele nem se deu ao trabalho de perguntar 'e você?', algo que exigiria apenas duas palavras.
Caminharam juntos até chegarem ao cruzamento. Olavo, com as mãos enterradas nos bolsos, parou como se sinalizasse uma despedida. Nadia já estava pronta para dizer adeus, mas, inesperadamente, encontrou coragem: "Posso te acompanhar mais um pouco?"
Continuaram andando em silêncio até a entrada do dormitório masculino. Foi então que Nadia notou, sob uma grande árvore próxima, vários casais abraçados e alguns trocando beijos apaixonados. Aquilo a fez corar de imediato.
Um vento soprou novamente, mas dessa vez estava estranhamente quente.
Com os dedos entrelaçados, Nadia ergueu o rosto ruborizado, talvez devido à bebida do jantar, e sentiu uma leve vertigem.
Tomada por uma coragem inexplicável, ela fez a pergunta que estava presa em seu coração: "Você... também vai para os Estados Unidos?"
Olavo franziu a testa. Ele era genuinamente atraente. Qualquer gesto seu parecia encantador. Confusa e um pouco hesitante, Nadia insistiu: "Natália vai para os Estados Unidos... você não vai com ela?"
Ter seus sentimentos expostos daquela maneira, de forma tão direta, deixou Olavo congelado. Seu olhar frio pareceu transformá-la em uma completa desconhecida.
A tensão no ar tornou-se palpável.
"Nadia, se eu vou ou não, isso não é da sua conta. Não preciso te informar."
Sua voz não era nem áspera nem suave, mas suas palavras cortaram o coração dela como uma lâmina afiada.
Tentando consertar as coisas, ela balbuciou rapidamente: "Não, não é isso, eu só pensei que..." - ela baixou a cabeça, dizendo em voz baixa: "Se você gosta da Natália, deveria ser mais corajoso."
Com orgulho ferido, Nadia perguntou novamente: "Então você... apenas me usou como uma ferramenta, desde o começo?"
Olavo fechou os olhos por alguns segundos. Desde a foto na entrada da universidade... sim, tudo havia sido manipulado.
"Sinto muito."
As unhas de Nadia afundaram em suas palmas, mas ela não sentiu dor. Ela queria agir como uma protagonista de novela e dar um tapa em Olavo. Mas ela não era uma heroína e... não tinha coragem para isso. O máximo que podia fazer era afastar-se em silêncio.
Naquela noite, ao voltar para casa, ela bloqueou Olavo e Natália pelo WhatsApp.
Seria um novo começo, ela repetiu a si mesma em silêncio.
Mas, para sua surpresa, no dia seguinte, a cena diante do dormitório masculino - seu confronto com Olavo - havia sido postada online.
Mais uma vez, Nadia se tornou notícia.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...