Naquela noite, Nadia ficou deitada na cama, incapaz de pegar no sono por um longo tempo.
Ela refletia sobre como Olavo era verdadeiramente inquietante, envolvente como uma tentação perigosa. Mesmo depois de se preparar mentalmente naquele lugar, determinada a não se envolver mais, bastou uma única palavra gentil para fazê-la recair na mesma armadilha, e não ter forças para escapar.
Tentou se consolar pensando que talvez fosse melhor aproveitar o pouco tempo que restava juntos. Afinal, com a formatura se aproximando, cada um seguiria seu próprio caminho.
...
Nos dias seguintes, Natália ainda chegou a convidá-la ocasionalmente para participar das atividades do grupo, e Nadia quase sempre aceitava, mas sentia-se como uma mera espectadora, assistindo de fora, incapaz de se conectar verdadeiramente.
Danilo partilhava de sentimentos semelhantes.
Observando os quatro conversando animadamente e relembrando histórias antigas, ele suspirou e murmurou para Nadia: "Você não acha que o Cupido se enganou com a gente? Parece que não estamos no mesmo patamar que eles."
Nadia não via a situação por esse lado. Nunca tinha planejado se casar com Olavo; tudo não passava de uma fantasia juvenil. Com um sorriso tranquilizador, encorajou Danilo: "Para que complicar? Somos jovens. Se podemos namorar e nos divertir, já está ótimo. O futuro? Só Deus sabe."
Assim que terminou de falar, ela se virou e notou Olavo parado logo atrás, o que a assustou.
Felizmente, ele não disse nada. Seu rosto permanecia indecifrável.
O tempo passou, e a relação entre eles continuava fria e distante, como águas paradas.
Ocasionalmente, Graziela reclamava por ela: "Por que Olavo nunca tornou essa relação pública? O que vocês são, afinal? Tudo tão indefinido..."
Nadia via isso de maneira muito tranquila: "Somos apenas colegas da classe. Eu gosto da beleza dele, e ele precisava de uma companhia qualquer. É apenas uma troca mútua."
"Meu Deus! O mundo ficou louco assim? Não consigo entender!"
Nadia apenas riu e saiu com sua mochila, pronta para seu trabalho de meio período fora da universidade.
Quando julho chegou, sua rotina ficou visivelmente mais intensa. Recusou os convites de Natália várias vezes, algo incomum, e não apenas uma ou duas vezes.
Quando Olavo finalmente a encontrou, ela estava na biblioteca, concentrada em resolver um problema de análise financeira.
"Você anda muito ocupada ultimamente?"
Nadia ficou surpresa com sua súbita saudação e apontou para os livros na mesa: "Não entendi essa parte da matéria."
Depois de um momento de silêncio, falou com um toque de amargura na voz: "Você está me dando dinheiro só para eu não recusar os convites da Natália?"
Do outro lado, Olavo segurava o celular. Seus olhos escuros mostravam uma melancolia rara, mas sua postura continuava firme e imponente, como uma joia intocável.
De repente, Nadia sentiu uma ponta de pena. Não apenas por ele, mas também por si mesma.
Ela assentiu: "Eu entendi. Vou tentar encontrar um tempo e não recusar mais os convites."
Quanto ao dinheiro transferido... naturalmente, Nadia estornou.
Quando o semestre chegou ao fim, ela conseguiu a bolsa de estudos que tanto queria e decidiu convidar todos para uma refeição de comemoração.
Depois de pensar bastante, finalmente enviou uma mensagem para Olavo: "Eu ganhei a bolsa de estudos e quero convidar todos para uma refeição. Você vem?"
Olavo respondeu rapidamente: "Parabéns, mas eu não vou."
No instante seguinte, uma notificação de mensagem privada de Natália apareceu: "Onde vai ser? Eu quero ir!"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...