Graziela, com um olhar de mãe protetora, deu um leve tapa na palma de Nadia: "Tudo bem, então ficamos por enquanto. Podemos procurar um lugar para tomar uma sobremesa depois do almoço."
Nadia murmurou sua concordância, forçando um sorriso para tranquilizar a todos.
Assim que terminou de falar, a porta da sala privativa foi aberta, e Olavo Ramos, acompanhado por professores e líderes da faculdade, foi conduzido para dentro por outras pessoas.
Olavo estava no centro da atenção, o que deixava claro o status elevado que ele possuía.
Seu olhar varreu casualmente o local, e quando viu Nadia em uma mesa à direita, sua expressão hesitou por um breve momento.
"Sr. Ramos, entre, por favor."
Um líder da faculdade sorriu, estendendo a mão para a mesa principal, onde havia um lugar de honra vazio, reservado especialmente para Olavo.
Olavo avançou com passos largos até o seu assento, e então, com voz grave e tranquila, disse: "Professor, você está sendo muito formal. Hoje é apenas uma reunião de ex-alunos, não uma negociação de parceria. Sou um ex-estudante da Universidade do Porto Celeste, então não precisa me chamar de Sr. Ramos."
O líder da faculdade sorriu de orelha a orelha, concordando repetidamente: "Sim, sim… O senhor está absolutamente certo."
Ainda assim, as palavras e a postura do líder continuaram tratando Olavo com a distância própria de sua posição.
Afinal, antes de sua chegada, o reitor havia enfatizado insistentemente a importância de garantir o projeto de patrocínio do Grupo do Horizonte Financeiro Investimentos, que valeria uma doação de dez milhões de reais.
A reunião de ex-alunos, que deveria ser animada, tomou um tom sombrio com a presença de Olavo e dos professores, que discutiam a parte do projeto. Os colegas presentes mal ousavam falar em voz alta, limitando-se a sussurros.
Graziela, sempre direta, não poupou palavras: "A presença de mosquito, acaba com qualquer ambiente."
Embora fosse um segredo aberto, todos ao redor se cobriram discretamente para rir. Até a Nadia não conseguiu evitar um sorriso.
Ainda assim, ela cutucou o braço de Graziela, fazendo um sinal para que ela baixasse o tom: "Melhor parar, vai ser embaraçoso se alguém ouvir."
Graziela deu de ombros: "Quem não deve, não teme. Se alguém se sentir constrangido, o problema não é meu."
Percebendo o clima tenso, e que sua presença era parte da razão disso, Olavo tomou a iniciativa. Levantando seu copo em direção aos professores e líderes da faculdade, falou com firmeza: "Professores, já instrui minha equipe a seguir com o projeto de doação, e espero que o valor seja transferido para a conta da universidade no próximo mês."
"Sei que estão ocupados com os assuntos da universidade, e agradeço imensamente pela presença de todos. Só me sentiria culpado se estivesse atrapalhando o trabalho de vocês."
O líder da faculdade captou a mensagem implícita de que era hora de saírem.
No entanto, não se importou, já que tinha uma confirmação sólida sobre o patrocínio. Bebeu um gole de seu copo e disse: "O Sr. Ramos tem razão, os assuntos da universidade realmente exigem nossa atenção. Vamos voltar agora. Quanto à doação, agradecemos imensamente ao Grupo do Horizonte Financeiro Investimentos em nome de todos os professores e alunos!"
Com isso, ele se levantou junto com os outros, deu uma breve explicação e saiu.
Olavo também se levantou, com sua voz fria, mas polida: "Hoje é um encontro de ex-alunos, divirtam-se! O pagamento vai ser por minha conta!"
Um dos homens da mesa, assobiou: "Sr. Ramos, que generosidade!" - provocando risos entre os presentes.
O clima na sala privativa imediatamente se tornou mais descontraído.
Olavo, agora mais à vontade, conversou casualmente com os colegas homens, que estavam curiosos sobre o seu trabalho.
Ele respondeu sem rodeios: "Sim, sou CEO, mas o trabalho é realmente exaustivo, às vezes parece que tenho que trabalhar 24 horas por dia."
Quando terminou de ler as mensagens no grupo, o líder da turma e Olavo já haviam chegado à mesa delas.
O líder da turma, um colega sincero e simples, não sabia bem o que dizer diante de um grupo de colegas femininas, então apenas sorriu sem graça: "Um brinde a todas. Quem não puder beber álcool, substitua por refrigerante."
Graziela franziu a testa: "Líder, já se passaram cinco anos desde que nos formamos. Bebemos desde as festas da universidade."
E, dizendo isso, ela tomou meia taça de vinho.
Nadia não era tão ousada quanto Graziela, mas também bebeu meia taça de cerveja solidamente.
O líder da turma exclamou surpreso: "Nadia, você também começou a beber?"
Ela se lembrava do incidente embaraçoso da universidade, que havia se tornado assunto quente nos dormitórios masculinos.
Ah, sim, o incidente também envolvia Olavo, que estava ao seu lado.
O líder da turma lançou um olhar discreto para Olavo, mas ele permaneceu impassível, sem demonstrar qualquer reação.
Pensando consigo mesmo, o líder da turma refletiu sobre como o tempo era capaz de apagar até as marcas mais profundas.
Nadia sorriu e brincou: "Sim, mas eu ainda sou uma iniciante, só consigo beber cerveja. Nada de destilados ou vinho."
O líder da turma expressou um "ah, entendi" e estava prestes a continuar brindando com os outros, quando Olavo estendeu seu copo em sua direção: "Faz tempo que não nos vemos."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...