Encontros do Destino Após Longo Adeus romance Capítulo 17

Voltando ao bar, Fernando ainda resmungava, mas Adriano percebeu algo estranho.

Ele cruzou as pernas, acendeu um cigarro e lançou um olhar atento para Olavo, que estava afundado no sofá de couro legítimo.

"Se não estou enganado, aquela garota era a sua 'namorada' da universidade, não era?"

Fernando ficou tão surpreso que quase cuspiu a bebida. Sem pensar, respondeu: "Qual delas?"

Não! Impossível! Aquelas duas mulheres eram muito comuns. Dizer que qualquer uma delas poderia ter sido namorada dele, ou até merecer estar ao seu lado, seria um exagero.

"Adriano, não fale bobagem! Aquelas duas são feias demais, nem deveriam ser mencionadas no mesmo contexto que Olavo!"

Assim que terminou de falar, Olavo lhe deu um chute na perna. "Cala a boca!"

Fernando, atônito, olhou para o amigo. Seu melhor amigo... o chutou?

Ele se sentiu completamente injustiçado e começou a reclamar: "Olavo, crescemos juntos! Temos anos de amizade, e você me chuta por causa de duas mulheres feias? Ahhh! Vou contar tudo para a Natália!"

Quando Adriano ouviu que Fernando falava em procurar a irmã, fez uma careta e o repreendeu: "Ah, não! De novo, você com suas idiotices. Natália está ocupadíssima nos Estados Unidos, ela nem vai querer saber disso."

Ele soltou a fumaça despreocupadamente e encarou Olavo, querendo entender o que estava acontecendo: "Diga, que história é essa? Parecia que você encontrou aquela garota novamente antes de hoje, não?"

Olavo murmurou, com um tom baixo: "O novo projeto da Horizonte Financeiro Investimentos foi entregue à empresa dela. Ela é a gerente do projeto, a gente se cumprimentou algumas vezes."

"Você deu o projeto para ela de propósito?"

Olavo sempre evitou falar sobre isso. Convencia-se de que não era por causa dela, que se Nadia não estivesse na Arara Azul Tecnologia, teria dado o projeto para Benício mesmo assim.

Mas, nos últimos dias, toda noite ele se lembrava de Nadia, na chuva, com uma expressão determinada. Isso o deixava desconfortável.

Ele sabia que havia entregue o projeto a Nadia de propósito, e vê-la fazia-o sentir uma culpa crescente.

Olavo tomou um grande gole de bebida e falou de forma grave: "Sim, o que fiz no passado foi errado. Considere isso uma compensação pelo erro."

Felizmente, todo o esforço valeu a pena. Do primeiro ao segundo ano, ela conseguiu bolsas de estudo da faculdade e do governo. Trabalhando como tutora particular, obteve um bom retorno financeiro. Até o terceiro ano, já não se preocupava tanto com as mensalidades ou as despesas, podendo, finalmente, desfrutar dos "prazeres" da vida universitária.

Em um dia em que não tinha compromissos, ela e suas colegas de quarto decidiram ir até o campo de esportes para assistir a Olavo, o galã da Universidade do Porto Celeste, jogar basquete.

Era a primeira vez que Nadia via um garoto tão bonito na vida real.

Mas aquele sentimento durou apenas um instante.

Ela o olhava como se olhasse para uma celebridade: muito bonito, estiloso, mas totalmente fora do seu alcance.

Ela observava de longe, admirando, sem sequer imaginar que algum dia teria algum tipo de envolvimento com ele. Até que chegou o dia de Ano Novo.

A Universidade do Porto Celeste era conhecida como a "cidade do romance", celebrando festas que valorizavam mais a forma do que o conteúdo, como o Natal e a virada do ano.

Naquele ano, a universidade organizou uma grande festa de Réveillon, seguida por um baile de máscaras, após o término da celebração.