O carro começou a se mover lentamente, e o silêncio tomou conta do interior do veículo. Nadia lutava contra as lágrimas, encolhida em seu casaco com a cabeça baixa.
Apesar da chuva, as condições da estrada estavam razoáveis naquele dia, e não demorou muito para que o carro parasse.
Olavo, sentado no assento do motorista, desfez o cinto de segurança, abriu a porta do carro e, segurando um guarda-chuva, abriu a porta para ela.
Nadia, com a roupa e a bolsa de Mariana em uma mão e sua própria bolsa e notebook na outra, parecia um cabide ambulante, se movendo lentamente e de maneira desajeitada sob a fraca chuva.
Olavo, não aguentando mais ver aquela cena, estendeu a mão para ela: "Me entregue a sua bolsa e o computador."
Nadia se recusou: "Eu posso levar."
E então acrescentou: "Sr. Ramos, obrigada por me dar a carona, vou indo agora." - Com isso, virou-se e começou a andar sob a chuva em direção ao seu destino.
Olavo suspirou profundamente, seguiu-a rapidamente, e o grande guarda-chuva preto os cobriu novamente.
"Sr. Ramos, não precisa, não é longe, eu consigo ir andando."
Olavo, frustrado, com o peito ofegante de irritação, retrucou: "Você realmente tem que falar comigo dessa maneira?"
Nadia parou e olhou para ele, respondendo friamente: "E como mais eu deveria falar? Agora você é o grande cliente da nossa empresa, e eu sou só uma pessoa comum correndo atrás de uns trocados!"
"Bem, você realmente ficou boa nisso. Sua habilidade de falar melhorou muito nos últimos anos!"
"Sr. Ramos, cinco anos se passaram, até a mais tola teria aprendido algo!"
Olavo, furioso, empurrou o guarda-chuva para as mãos de Nadia e se virou abruptamente para ir embora.
Determinada a não aceitar aquilo, ela correu atrás dele para devolver o objeto, mas seus esforços foram em vão.
Com passos largos e decididos, Olavo entrou no carro e partiu rapidamente.
Segurando o cabo do guarda-chuva, ela olhou através da fraca chuva para o carro que já tinha desaparecido, sentindo uma onda de impotência.
Chegando ao segundo andar da kitnet, ela abriu o guarda-chuva na varanda para escorrer a água, guardou as roupas e então começou a se lavar.
Sentindo a água quente em seu corpo, Nadia subitamente percebeu que Olavo havia estacionado o carro em frente à kitnet desta vez.
Ela havia dito anteriormente que morava no Quintas do Paraíso Tropical...
A mentira desfeita e a vergonha social atrasada a mantiveram acordada até as 3 da manhã.
...
No dia seguinte, Nadia entrou no escritório exibindo olheiras profundas.
"Nadia, você não dormiu?" - perguntou Mariana, oferecendo-lhe um café, ainda agradecida pela ajuda com o casaco e a bolsa na noite anterior.
No amor, quanto mais você se esforça, mais o azar parece te encontrar.
Mas ela e Mariana eram apenas colegas de trabalho. Não fazia sentido espetar o coração dela com comentários ácidos. Caso contrário, Mariana poderia até acusá-la de inveja.
Ela disse o que precisava dizer e deu os conselhos necessários. Se alguém insistia em ignorar a realidade, essa responsabilidade não era dela, mas da própria pessoa.
"Tudo bem, então te desejo sucesso."
"Ah, Nadia, você poderia me ajudar?"
"Não posso. Preciso focar em ganhar dinheiro."
"Tudo bem. Nadia, você está precisando muito de dinheiro?"
Sempre achou que ela fosse econômica, e nunca a viu usando nada que custasse mais de duzentos reais.
"Sim, bastante. A partir desta semana, vou trabalhar extra nos fins de semana."
Mariana ficou surpresa. Trabalhar nos fins de semana parecia exagero: "Está planejando comprar uma casa sozinha? Deve ser tão cansativo. Por que não se casa com alguém que já tenha uma casa?"
Nadia sorriu levemente e balançou a cabeça: "Não é para comprar uma casa. Só gosto de ganhar dinheiro."
Desde os sete anos, Nadia compreendeu o ditado: Quem quer algo bem feito, faça por conta própria.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...