Ella
Olho para Roger e Isabel, observando sua pele pálida e a preocupação silenciosa dele.
— Há quanto tempo o avião está atrasado? — pergunto, verificando a hora no meu celular.
Deveria ter chegado há cinco horas. James nunca se atrasou antes. — Isabel responde, balançando Sadie em seus braços e visivelmente tentando controlar os tremores de medo que percorrem seu corpo. Me levanto da cadeira e tento colocar o braço ao redor dela, mas ela se afasta do meu toque como um cavalo assustado. Suspirando, eu retiro minha mão.
É possível que não houvesse refugiados precisando fazer a jornada hoje? — Henry pergunta, lógico como sempre.
Nunca tivemos um único dia sem um novo grupo. — Gabriel responde sombriamente, — A lista de espera no continente é quilométrica. Se ele não veio hoje, algo deu errado.
As notícias do continente ainda estão censuradas? — pergunto, mesmo sabendo a resposta. Damon colocou uma tampão tão apertada na mídia que as únicas informações disponíveis para nós agora são trazidas por refugiados e espiões.
Sim. — Gabriel responde, com a mesma expressão sombria. — Vou ver se consigo acessar nossa rede de espiões. Tenho algumas pessoas posicionadas nos pontos de saída da costa. Mas, para ser franco, o fato de eles também não terem relatado nada não é um bom sinal.
O que faremos? — Isabel lamenta em voz alta, olhando esperançosamente para o Rei. — Você pode organizar uma missão de resgate?
Não podemos agir no escuro. — Philippe declara com calma. — Precisamos saber com o que estamos lidando, antes de enviar tropas de socorro ou mais aeronaves.
Mas se os acampamentos na costa estiverem sendo atacados, eles precisam de sua ajuda agora. — Isabel argumenta, direcionando seu olhar frenético para mim. — Ella, faça alguma coisa!
Nós faremos. — Eu prometo, resistindo à vontade de tocá-la novamente. — Não vamos simplesmente deixar nosso povo se virar sozinho, mas Philippe está certo, se avançarmos no escuro, não apenas corremos o risco do fracasso, mas também de perder ainda mais pessoas que já estão em perigo.
Mas não há tempo! — Isabel insiste. — Eles podem já estar mortos. — Mesmo que ela diga eles, consigo ouvir o medo secreto que ela não permite que se manifeste.
Ela quer dizer ele pode já estar morto. Ele James, o soldado que resgatou Sadie e entregou órfãos assustados à segurança do berçário de Isabel todos os dias, que confortou a loba arredia apesar de seus protestos ferozes. Eu sabia que ela estava se apegando a ele, mas não tinha percebido o quanto ela já havia se entregado. Faço uma oração silenciosa à Deusa pela segurança do homem, para poupar minha amiga rabugenta de mais dor, se nada mais.
Eu sei. — Digo gentilmente, — Mas não temos muitas opções aqui, Isabel.
Não me olhe assim! — Ela estala, abraçando Sadie com mais força. — Como se eu fosse uma mulher histérica que não consegue ver a razão. Não sou frágil e não preciso da sua piedade.
Cruzo os braços sobre o peito, um rosnado instintivo borbulhando em meu peito. Isabel se assusta, seu instinto de loba tremendo diante do meu avis.
— Não é isso que estou fazendo, descontar em mim, não vai trazer ele de volta mais rápido. — Eu digo calmamente.
Seus olhos se arregalam ligeiramente e então ela se desfaz, se submetendo à minha dominância.
— Eu sei, desculpe... Eu só...
Eu sei. — Eu a tranquilizo, finalmente deslizando meu braço ao redor de seu ombro e a levando para fora do quarto. — Vamos superar isso, aconteça o que acontecer.
Estamos apenas a meio caminho de volta ao berçário quando Roger corre atrás de nós.
— Acabamos de receber notícias, o avião de James está prestes a pousar.
Isabel levanta a cabcabeça.
— O quê?
Não sabemos o que aconteceu, mas ele acabou de pedir autorização para pousar. — Roger explica, Henry, Gabriel e Philippe se juntando a nós enquanto mudamos de direção.
Todos nós entramos no carro do Rei e seguimos em alta velocidade em direção ao aeroporto. Isabel está tremendo de alívio ao meu lado, tento me apoiar nela em busca de conforto sem que ela perceba o que estou fazendo. Ela me olha com raiva, mas se inclina em direção ao meu calor apesar de sua atitude espinhosa.
— Seu exército invadiu as fronteiras à luz do dia, completamente transformados, e atacaram os humanos. Parece que Damon desistiu de táticas de sombra que podem ser explicadas por armas ou desastres naturais.
Você acha que foi intencional? — Gabriel exige, soando tão sério como nunca o ouvi. — Não algum tipo de exercício militar que deu terrivelmente errado? Uma tentativa de trabalhar com renegados que o traíram?"
Pelo que posso dizer, foi um ataque calculado. — James confirma, — Nunca vi nada parecido.
O que está acontecendo? — Finalmente interrompo, me infiltrando no círculo. — Alguém mencionou um pacto de sigilo, e você está dizendo que Damon atacou os humanos?
Sim. — James concorda, olhando ansiosamente para Isabel e Sadie.
O pacto de sigilo é o que impedia a sociedade dos metamorfos de se revelar nas terras que compartilhamos com os humanos. — Henry explica, apertando minha mão. — É um tratado que as matilhas unidas formaram nos primeiros dias de nossa existência, para preservar a segurança de nosso povo e preservar as culturas de ambos os mundos.
A compreensão se encaixa, e minha boca se abre.
— Você está dizendo que todos os humanos em casa acabaram de descobrir que os lobisomens são reais? Porque Damon foi muito estúpido ou ganancioso demais para manter o pacto?
Exatamente. — Gabriel acena com a cabeça, — Nossos dois mundos acabaram de colidir, com um impacto violento e devastador. Acho que Damon busca escravizar os humanos como uma classe inferior de seres, que ele pretende fazê-los servir aos metamorfos em seu império.
Mas não é apenas nosso continente que está sendo afetado. — Henry compartilha sombriamente. — Damon acabou de abrir uma lata de vermes para todos os países do planeta. Pessoas ao redor do mundo estão acordando para descobrir que criaturas de seus piores pesadelos são reais e vivem entre eles, que têm mais dinheiro, poder e influência do que qualquer humano. As consequências serão inimagináveis.
Já é um caos total. — James relata gravemente. — Todos, metamorfos e humanos, estão em pânico total, e não há controle. É por isso que eu estava tão atrasado, estava tentando levar as pessoas para a costa, mas a cada dez passos tínhamos que parar e nos esconder de grupos de guerra errantes de ambos os lados, e então mais pessoas apareciam pedindo para se juntar a nós. Nunca vi nada parecido.
Não consigo acreditar nisso. — Respiro, sentindo meus joelhos fraquejarem.
Acredite. — Gabriel diz, sem raiva. — Isso muda tudo. E acho que você estava certa, Ella. — O Rei está me olhando com calma determinada. — Não podemos perder um único momento nessa guerra. Se houver coisas em seu passado que possam nos dar respostas... Precisamos encontrá-las o mais rápido possível.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Dom Alfa e a sua substituta humana
É so isso chega no capitulo 330 e acaba???? Sem dar o fim. Deixou a desejar...
Só quero uma série baseada nesse livro simplesmente apaixonada...
Tão estúpido ela querer jogar a culpa nele de um erro que ela cometeu 2x, ele omitiu uma informação pra proteger ela. Mas ela foi contra algo que ele pediu para proteção dela, e ela ainda tem a cada de pau de agir como a certa de tudo e que nunca se colocaria em perigo se soubesse a verdade. Esse tipo de mocinha me dá uma preguiça 🦥. Além do mais parece que ela esquece que desde o começo os termos eram que ela nem direito ao bebê tivesse, e que foi ela que induziu a esse acordo que agora ela coloca tudo como culpa dele....
Obg e continuem atualizando por favor s2...
Bom dia livro Dom Alfa são 500 páginas vc vão atualizar ainda...
e o restante dos capítulos? Sei que são ao todo 500...