Cap. 13
Adele
Saio de casa desolada, entro no carro de Gui com o coração destroçado. Mas não irei ficar me lamentando por ele. Hoje vou curtir a festa preciso me permitir.
Quando chegarmos ao local onde está acontecendo a festa, Gui estaciona o carro. Ele puxa minha mão me guiando entre a multidão, todos estão nitidamente alterados alteradas com suas bebidas nas mãos. Vejo Luna e Stefan, o cabeleireiro que fez nossos cabelos no shopping outro dia.
— Amiga, você está belíssima — Luna elogia, vou até ela e a abraço. Depois faço o mesmo com Stefan.
— Não fiz nada de muito glamuroso...
— Se preparem, meninas, que lá vem o dono da festa — Gui grita olhando por cima dos meus ombros.
Meu queixo cai quando vejo quem é. Murilo é o sobrinho da megera. No dia do restaurante, em nenhum momento alguém mencionou o seu nome, ou fizeram questão de nos apresentar. Olhando-o assim de perto, parece mais bonito.
— Então é você o anfitrião da festa? — pergunto sem pensar.
— Não faz tanto tempo desde a última vez — ele comenta com um sorriso galanteador.
— Vocês já se conhecem? Como assim? — Só de lembrar de quem o pobre rapaz é parente, me dá uma ânsia.
— Murilo, é o sobrinho da namorada do meu pai. — Mesmo sentindo um gosto amargo na boca, consigo pronunciar as palavras. Ele me olha de um jeito divertido.
— Bem, vim cumprimentá-los e dizer que a festa é de vocês. Então aproveitem à vontade.
Dito isso, ele me brinda com um sorriso antes de desaparecer entre as pessoas. Todos seguimos em direção ao bar, onde cada um escolhe o que beber. Brindamos e viramos o copo, o líquido desce queimando se espalhando. Depois vamos para a pista de dança.
Danço sozinha, Luna e Stefan foram pegar mais bebidas. Gui sumiu já faz um tempo. Me alegro quando ouço a música que mais combina comigo nesse momento, da minha vida. Arctic Monkeys " Do I Wanna Know? Concentro-me na melodia sensual, que, na verdade, tem um forte sentido para mim.
Suas bochechas estão coradas?
Você já ficou com medo
de não conseguir esquecer o tipo
Que gruda na sua cabeça
como algo em seus dentes?
Você tem alguma carta na manga?
Você não tem ideia de que é minha obsessão?
Sonhei com você quase
todas as noites esta semana
Quantos segredos você consegue guardar?
Porque esta melodia que encontrei
Me faz pensar em você de alguma forma
E a toco repetidamente
Até cair no sono
Derramando bebidas no meu sofá
(Eu quero saber?)
Se esse sentimento é recíproco
(Triste ver você partir)
Meio que esperava que você ficasse
(Amor, nós dois sabemos)
Que as noites foram feitas especialmente
para dizer coisas
A menina começa a fazer um tipo de strip-tease, caminho até ela e com a sua ajuda consigo subir também. Dançamos as duas nos esfregando uma na outra, ela tira a minha blusa, fico apenas de sutiã, enquanto as pessoas assobiam e gritam pedindo por mais. Quando ela está se preparando para tirar o meu sutiã, sinto braços me segurarem pela cintura me jogando nos ombros, então apago.
Acordo com a claridade me incomodando, tento abrir meus olhos, mas não consigo. Aos poucos tento mais uma vez, até que consigo enxergar ao meu redor. Entretanto, não reconheço o lugar que estou, pois não se parece com o meu quarto e muito menos com o de Jones. Olho por debaixo dos lençóis onde estou enrolada, me desespero quando vejo o que visto. É apenas uma camiseta, apenas uma camiseta... Não estou usando uma calcinha. Quando penso em pular da cama, Murilo abre a porta saindo enrolado com uma toalha. Meu coração dispara com os pensamentos que caem sobre mim.
— Por favor, não diga que ficamos juntos... — pergunto sentindo um peso sobre os ombros.
— Não teria sido uma má ideia, porém, não sou um aproveitador.
— Então por que estou vestida assim? — questiono temendo a resposta.
— Você esteve a ponto de ficar nua na frente de todos ontem, mas a tirei de lá antes. Durante o caminho até aqui, você vomitou dentro do carro e acabou sujando a sua roupa. Então tive que te dar um banho. — Arregalo meus olhos, não acreditando no que acabei de ouvir.
— Você me viu nua?
— Óbvio, mas não se preocupe isso é comum para mim — ele responde e pisca sorrindo em seguida, como se fosse algo natural. Bom, talvez para ele, mas para mim não. — Agora se arrume, seu pai já ligou um milhão de vezes para o seu celular.
— Você atendeu? — pergunto.
— Não.
Após dizer isso ele entra no closet, aproveito essa oportunidade para correr até o banheiro e me trancar. Quando termino de tomar banho, minhas roupas estão em cima da cama. Visto-as e desço para comer algo.
Durante o caminho, Murilo não trocou uma palavra comigo, ele estaciona o carro e entra comigo em casa. Na sala estão Jones e Louise, que quando percebem a nossa presença se levantam. Por um momento, Jones observa Murilo ao meu lado.
— Está vendo, amor, ela estava em boas mãos — Louise comenta despretensiosa.
— Sua mãe está preocupada com você, ligue para ela — ele informa ríspido. Não acredito que ele ligou para Jenna!
— Não era necessário ligar para ela. Como Louise disse, estava muito bem acompanhada. — Viro-me em direção a Murilo e digo apenas para que ele ouça:
— Obrigada por ter me protegido de mim mesma. E me desculpe pelo carro.
— Faria tudo de novo se fosse preciso. — Despeço-me dele e subo para o quarto sem olhar para trás.
Agora tenho que ligar para Jenna e ouvir horas de sermões.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Desejo Pecaminoso
Amei!! Já quero o segundo livro Desejo ardente 🙂...
Amando d+++++...