Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 716

"Leonor!"

Ela apressou o passo seguindo as enfermeiras até chegar ao quarto do hospital.

Como era funcionária do Hospital Paz, não precisava pagar as despesas médicas, mas as feridas que carregava eram tantas e tão graves que as enfermeiras deixaram várias recomendações antes de partirem.

Patrícia estava sentada ao lado da cama, com os olhos vermelhos de chorar.

Poucos minutos depois, Leonor acordou, seus olhos tão inchados que mal podia abri-los.

Ao ver Patrícia, ela forçou um sorriso, sua voz fraca e rouca.

"Como eu acabei te incomodando novamente..."

Patrícia segurou sua mão, com uma expressão de profunda tristeza.

"Como você não me contou que algo tão grave aconteceu? Se eu não tivesse recebido aquela ligação hoje, será que ele continuaria te agredindo?"

Leonor sorriu, seu rosto machucado iluminou-se apenas nos olhos, que brilhavam intensamente.

Ela disse: "Patrícia, eu posso me divorciar agora."

Patrícia ficou atônita por um momento: "O quê?"

Leonor estendeu seus braços cobertos de hematomas, pegou o celular na cabeceira e o colocou nas mãos dela.

"Aqui estão todos os vídeos de vigilância dele me agredindo, o processo de violência doméstica, junto com a evidência das minhas lesões. Eu finalmente posso pedir o divórcio."

Patrícia ficou paralisada.

Olhando para as imagens aterradoras que ela havia trazido à tela, demorou um bom tempo até conseguir falar.

"Você foi agredida de propósito para capturar os vídeos com as câmeras de segurança?"

"Sim."

"Como você pôde ser tão imprudente?" A dor no coração de Patrícia era palpável.

Leonor sorriu fracamente: "Eu não sou muito letrada, não sou esperta, não consegui pensar em uma maneira melhor. Mas, no mês passado, quando recebi meu salário, a família dele exigiu que eu desse dez mil, eu não tinha o dinheiro, então tive que encontrar uma maneira de me libertar do casamento."

Leonor olhou para ela e disse: "Patrícia, a internet é uma coisa maravilhosa. Aprendi lá como preservar as evidências, como pedir o divórcio, como obter a custódia dos meus filhos e como reivindicar a maior parte dos bens conjugais. Eu realmente queria me divorciar, então foi isso que eu fiz."

Ela sorriu de forma simples.

"Eu não sou esperta, mas também quero viver do jeito que desejo, Patrícia, não fique triste por mim, pelo menos agora serei livre."

As lágrimas de Patrícia caíram.

Ela estava ao mesmo tempo feliz e triste, cheia de remorsos.

Ela respirou fundo, tentando se acalmar, e disse: "Cuide bem de suas feridas, eu vou encontrar o melhor advogado de divórcio para você."

"Eu já encontrei."

Leonor disse: "Você foi capaz de me tirar daquele campo aberto, me mostrou o mundo lá fora, me deu esperança e segurança para continuar vivendo, já sou muito grata. Agora, deixe-me seguir o meu caminho, você não precisa se preocupar com mais nada."

Patrícia não podia acreditar como Leonor havia mudado tanto em tão pouco tempo.

Ela agora tinha determinação, ideias, não era mais aquela mulher perdida e confusa.

Até seu futuro estava meticulosamente planejado.

Patrícia perguntou: "E a criança, onde ela está?"

Leonor respondeu: "Eu não queria que ela presenciasse essa cena sangrenta, então ontem eu a deixei com a professora da creche. Alguém cuidará dela enquanto eu finalizo o divórcio e mando aquele homem para a prisão. Depois, eu e minha filha alugaremos um apartamento e viveremos bem."

"Certo," disse Patrícia, "Eu estarei aqui para te apoiar."

Leonor olhou para ela, seus olhos sorrindo através das lágrimas que escorriam.

Ele estava usando oxigênio, com dificuldade para respirar, cada inspiração e expiração eram extremamente difíceis.

Ao seu lado, baixas palavras do médico: "À beira da asfixia, alvejamento pulmonar, sinais de falência de órgãos internos..."

Joaquim, vestindo um traje de proteção, estava ansioso como uma formiga em uma panela quente.

"Então, vocês têm que encontrar uma maneira de salvar a vida dele, vocês não são os melhores especialistas? Já faz tanto tempo e ainda não encontraram uma solução, quando isso vai acabar?"

Os médicos também estavam em uma situação difícil.

Se cada doença grave fosse fácil de curar, o mundo não teria tantas pessoas morrendo de câncer.

Gabriel, com o pouco de razão que lhe restava, moveu seus dedos na direção de Joaquim.

Vendo isso, Joaquim rapidamente aproximou seu ouvido.

"Sr. Costa, o que foi?"

A voz de Gabriel era baixa, mas clara: "Não conte a ela."

Joaquim imediatamente entendeu, acenando com a cabeça rapidamente.

"Fique tranquilo, não vou contar para a Srta. Soares, mas você tem que aguentar, não adormeça, ela ficará brava se souber que você mentiu novamente para ela."

"Ela está grávida agora, não pode ficar nervosa."

Gabriel lutava para respirar, sua consciência ficava cada vez mais turva, como se pudesse sentir aquela vida dentro dele escoando como um rio.

Ele tentou segurar, mas não conseguiu.

Quando sua consciência estava prestes a desaparecer, ele falou com dificuldade para Joaquim:

"Consiga-me um advogado, eu quero... fazer um testamento."

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