Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 646

Na sala, Patrícia estava sentada no sofá, falando consigo mesma.

"Se eu tivesse um filho, toda a trajetória da minha vida mudaria, algo que eu originalmente não queria alterar. Também não acho que conseguiria cuidar bem de uma criança, proporcionar-lhe um lar feliz e perfeito, então... eu não estava preparada para tê-lo."

Ela olhou para Natália, perdida. "Natália, eu sou muito cruel?"

Natália, observando seu estado, respondeu de maneira evasiva. "Você tem se sentido muito infeliz ultimamente?"

Patrícia acenou silenciosamente com a cabeça.

Com tudo o que estava acontecendo, seu coração parecia estar sob pressão, vivendo em constante tumulto, além dos enjôos e efeitos colaterais da gravidez, seu humor e bem-estar estavam deteriorados.

Como poderia se sentir feliz?

"Você está mal emocionalmente e fisicamente, quase não parece a Patrícia que eu conheço." Natália continuou.

Ela olhou fixamente para Patrícia, respondendo-a seriamente.

"Se for esse o caso, o que eu mais quero é que você seja feliz."

"Se não ter este filho significa que você vai viver mais feliz, mais relaxada, e sem pressões, eu apoio a sua escolha."

Patrícia ficou atônita, parecendo não esperar essa resposta de Natália.

O tom de Natália era sério. "Eu não conheço o seu filho, mas conheço você, e para mim, desde que minha boa amiga possa ser feliz, isso é o que importa."

"Primeiramente, você é você."

"A lei concede às mulheres o direito ao aborto, e deve haver um bom motivo para isso. Se a sociedade te condena por isso, mostra que essa sociedade não é progressista."

"O que eu quero dizer é que, primeiro, você deve ter o direito de escolha. Segundo, você deve realmente querer ter esse filho, e não porque a moralidade e o julgamento te forçam a isso."

Natália segurou sua mão, transmitindo-lhe um pouco de força.

"Patrícia, não há nada de errado em não se casar, e menos ainda em não ter filhos. A preferência dos outros não pode sequestrar sua vida e futuro, muito menos suas escolhas."

Essas palavras foram uma revelação para Patrícia.

Seu coração, que estava frio, começou a se aquecer.

Seus olhos se turvaram, ficando inegavelmente vermelhos.

Ao longo de seus vinte e poucos anos de vida, houve quem a considerasse um fardo, quem temesse que ela ficasse solteirona, quem a pressionasse por gostar dela, quem insistisse que ela deveria ter o bebê porque era inocente.

Apenas Natália lhe disse que, antes de tudo, ela era ela.

Primeiramente, ela deveria ser feliz.

Primeiramente, ela tinha o direito de escolher.

Patrícia engoliu o choro e abraçou Natália.

"Obrigada, Natália."

"É assim que as meninas devem se amar."

Natália deu-lhe tapinhas nas costas, orgulhosa. "Nós, meninas, somos as melhores!"

Nesse momento, Fabiano apareceu com duas bandejas de frutas e as colocou na mesa de centro.

Eram frutas ricas em vitaminas.

As frutas foram cuidadosamente descascadas e cortadas em pedaços pequenos, limpas e brilhantes, parecendo muito apetitosas.

Natália passou-lhe um garfinho. "Come um pouco de fruta, vai se sentir melhor no estômago. Daqui a pouco o Sr. Alves vai cozinhar para nós."

Patrícia ficou lisonjeada. "Muito obrigada."

Fabiano acenou com a cabeça, sinalizando para Natália se aproximar.

Natália estendeu o pulso como de costume, permitindo que ele verificasse seu pulso, um procedimento padrão.

O rosto de Patrícia imediatamente se tornou envergonhado.

O filho de Gabriel, se não se parecesse com ele, pareceria com quem?

"É só um pouco desnutrida." Fabiano acrescentou, "Estou falando de você."

Essa afirmação era verdadeira.

Afinal, até Natália podia ver que sua aparência estava realmente abatida, parecendo muito mal.

Comparada com Natália, cuja pele era rosada e saudável, a diferença era realmente grande.

Ninguém sabia como Gabriel cuidava das pessoas.

Afinal, tanto ele quanto Fabiano eram médicos.

Patrícia recolheu a mão, hesitou por um momento no ar, e então, com relutância, pegou a cápsula que estava na mesa de centro.

Silenciosamente, colocou na boca e engoliu.

...

Quando Gabriel chegou.

Patrícia estava dormindo, no apartamento em frente ao Bairro Magnético.

Ela jazia no sofá, coberta de forma desordenada por um cobertor, com uma leve ruga entre as sobrancelhas, parecendo inquieta.

Em poucos dias, formou-se uma leve sombra escura sob seus olhos profundos, um símbolo de noites mal dormidas.

Todo o ressentimento que Gabriel carregava desapareceu no instante em que viu Patrícia.

Ele andou com passos leves até ela, ajoelhando-se à sua frente, e com cuidado, ajustou o cobertor sobre ela.

Nesse momento, Patrícia acordou subitamente.

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