Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 198

O jipe verde do exército avançou.

Natália sentou-se no banco de trás do carro, segurando com força o braço magro do homem, sem ousar soltá-lo nem por um instante.

Ela temia que, ao soltar sua mão, tudo aquilo se transformasse em um sonho.

E ao despertar do sonho, ela ainda estaria aprisionada naquele terrível parque.

"Relaxe um pouco, minha mão está adormecendo."

Fabiano falou, em seu tom duro de sempre, mas Natália o achou particularmente carinhoso no momento.

A força em sua mão relaxou um pouco, mas ela ainda se recusava a soltar, o corpo apertado ao lado de Fabiano, como se estivesse agarrando a única gota que salvava sua vida.

Linda, Ao seu lado, chorava copiosamente, soluçando mais tristemente do que Natália.

A emoção de ter sobrevivido ao perigo fazia com que ela quase colapsasse.

"Dr. Alves, como o senhor me encontrou?"

quando Natália fez essa pergunta, sua voz ainda tremia.

Já havia passado meia hora, e ela ainda não conseguia acreditar que a pessoa ao seu lado era realmente Fabiano.

Ele havia vindo, ele realmente havia vindo pessoalmente para resgatá-la.

"Dias atrás, ouvi ao telefone que alguém dizia que não me amava mais, fiquei sem entender e decidi vir pessoalmente perguntar: desde quando a Srta. Ferreira me amou?"

Fabiano inclinou a cabeça, o olhar escuro fixo no rosto dela, o tom leve.

O rosto de Natália imediatamente aqueceu, constrangida, ela baixou a cabeça.

ele já havia percebido naquele momento.

cada palavra dela, ele desmontava com precisão o seu significado.

Natália expressou sua gratidão com sinceridade: "Obrigada, a gratidão por salvar minha vida é imensa e jamais será esquecida."

Fabiano não disse nada e a olhou de cima a baixo para se certificar de que não havia ferimentos antes de acenar com a cabeça tranquilizadoramente.

"Podemos agradecer mais tarde, quando voltarmos."

O jipe continuava a balançar enquanto seguia em frente, cada vez mais distante do parque, e o coração de Natália ia aos poucos se acalmando.

Foi só mais tarde que Ela descobriu.

A troca de tiros da noite anterior tinha sido obra de Fabiano, que usou seus contatos para colaborar com as autoridades locais numa operação para limpar o grupo armado da região.

O objetivo era encontrar pessoas.

Inicialmente, ele apenas exigiu que as autoridades pressionassem Leandro a libertar Natália.

Mas Leandro negou terminantemente e ainda ameaçou jamais libertar Natália.

Fabiano, sem paciência para negociar, decidiu não fazer pela metade e atacou diretamente dentro do parque, libertando muitas pessoas no caos, todas recebidas pela embaixada para verificação de identidade.

"Mas como o senhor me encontrou exatamente?" Natália estava confusa.

Ela e Linda obviamente estavam se escondendo com muito cuidado.

Fabiano abriu a mão, revelando uma corrente de prata com um pingente de diamante brilhando ao sol.

"Você perdeu algo, eu encontrei."

Natália olhou atentamente e viu que era a corrente de casal que Fabiano lhe dera no País T, a mesma que depois ele resgatou por duzentos mil.

Seus olhos ardiam e ela quase derramou uma lágrima.

De uma forma estranha, foi Fabiano quem salvou sua vida.

"Guarde bem, não perca de novo." Fabiano passou a corrente para as mãos de Natália.

Suas mãos eram longas e bem definidas, secas e quentes, o toque em suas mãos causava uma sensação suave.

Natália engoliu em seco, segurando a corrente firmemente em sua mão, como se estivesse agarrando a sentimentos indizíveis.

Boom—

De repente, o carro deu um solavanco forte.

Natália ficou trôpega, e seu corpo inteiro caiu diretamente sobre o corpo de Fabiano.

Logo depois, tiros foram ouvidos do lado de fora, com várias balas atingindo o jipe.

"Por sua causa, todos aqui vão morrer. eu consegui fugir por pouco e quero voltar ao meu país. não vou morrer aqui!"

O peito de Natália subiu e desceu com raiva.

Ela não deveria ter salvado essa ingrata, se há um precedente, haverá um subsequente.

Fabiano, ignorando Linda e sua loucura, sacou uma pistola do cós e disparou duas vezes pela janela, numa tentativa de intimidar o veículo perseguidor.

As balas continuavam a perfurar o vidro, estalando sem cessar.

Linda estava aterrorizada.

De repente, ela abriu a porta do carro e, enquanto Fabiano lutava, ela teve forças para agarrar o braço de Natália com força e empurrá-la.

"Ah..."

Natália, desprevenida, caiu e rolou pelo chão várias vezes.

Quando Fabiano se deu conta, seus olhos negros ardiam em fúria, como se quisesse acabá-la com um tiro.

Linda se encolhe em sua cadeira com medo, sem coragem de dizer nada.

No segundo seguinte, uma sombra negra passou diante de seus olhos, e Fabiano havia saltado do veículo, protegendo Natália enquanto rolavam pelo chão, caindo ambos na vegetação ao lado da estrada.

O som de disparos continuava incessante, e Natália era apertada firmemente contra o peito de Fabiano, como se pudesse ouvir a voz de Leandro atrás dela.

"As mulheres ficam, os outros podem ser abatidos."

Bang bang bang—

As balas estavam explodindo ao redor deles.

Natália quis proteger Fabiano com seu corpo, afinal Leandro não atiraria nela.

No segundo seguinte, ouviu-se um som abafado, um "puf", e Fabiano apertou-a fortemente contra si, soltando um grunhido.

Natália arregalou os olhos, sentindo as mãos úmidas e pegajosas.

Tremendo, Ela olhou para ele, sentindo o sangue quente e fresco que brotava de seu ombro.

Ele havia sido atingido.