"Volte para casa, o hospital não é lugar para descansar."
"Não tem problema, eu fico aqui cuidando da senhora."
"Você é teimoso, não é? Trancou bem as portas e janelas de casa? Melhor voltar e vir amanhã de manhã."
Com a lembrança da avó, Yeda se deu conta de que talvez tivesse saído sem fechar a porta.
Com as chuvas frequentes, ela disse: "Vou pegar umas roupas, fechar as janelas e volto já."
Assim que a porta do elevador se abriu, ela cruzou o olhar com Marcelo.
Marcelo, ao vê-la, perguntou: "A senhora acordou?"
"Acordou, obrigado pela preocupação."
"Então vá ver o senhor, ele não comeu desde o almoço, e eu não consegui convencê-lo. Talvez você consiga."
Marcelo era sempre reservado, raramente falava tanto.
Yeda assentiu com a cabeça.
Quando Marcelo a levou ao quarto, ela viu o homem deitado com uma expressão desagradável, franzindo a testa, sem saber se estava dormindo.
"Por que vocês não voltam? Este hospital de cidade pequena não é confortável para ele."
Marcelo respondeu calmamente: "Ele se recusa a ir."
Todos sabiam o motivo.
Yeda mordeu os lábios e entrou no quarto.
Viu uma caixa de comida igual à que estava em seu quarto.
Parecia que Marcelo tinha preparado tudo.
Yeda tirou a comida de dentro, ainda estava quente, eram pratos caseiros saudáveis e uma tigela de sopa.
Ao ouvir o barulho, Teodoro resmungou: "Já disse que não quero comer, não entendeu?"
Yeda hesitou antes de falar suavemente: "Suas feridas ainda não cicatrizaram e você está com febre, coma um pouco."
Ao ouvir sua voz, o homem finalmente abriu os olhos.
Por causa da perda de sangue, ele estava pálido, e seu jeito arrogante habitual havia desaparecido bastante.
"Encontrei o Marcelo." Ela respondeu sem pensar, fazendo com que a irritação voltasse ao olhar dele.
"Quer dizer que, se não tivesse encontrado ele, não teria vindo?"
"Yeda, você não tem coração?"
A voz dele era rouca, mas incisiva.
Yeda mordeu os lábios, permanecendo em silêncio.
Vendo sua teimosia, Teodoro controlou a raiva.
"Onde vai dormir hoje à noite?"
"Vou para casa pegar algumas coisas e volto para ficar com a vovó."
Embora já esperasse essa resposta, ouvi-la ainda o incomodava.
"Durma em casa hoje, vou arranjar alguém para cuidar da senhora."
"Amanhã de manhã, traga café da manhã para mim." Teodoro disse, puxando as cobertas para dormir.
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