"Por que vocês não..."
Chamar a polícia.
Ela de repente percebeu que tinha feito uma pergunta boba.
Era na própria casa dele.
Seu próprio lar tão inseguro, cheio de surpresas indesejadas.
"Não é só isso, desde pequeno, tentativas de assassinato e armadilhas por todos os lados, nada é simples, encontrar cobras venenosas em casa é algo comum."
"Sra. Madeira, vá ajudar, o senhor não quer sair."
"Ele veio por sua causa, suas palavras têm mais peso que as nossas."
Yeda apertou os lábios, olhando para Marcelo encharcado e disse: "Não fique aí parado, venha me ajudar, nunca lidei com isso antes. Vou pegar uma roupa antiga do meu tio para você, troque-se primeiro."
Norberto Junqueira não era muito alto, e a roupa mal cabia em Marcelo, vestindo-a parecia até engraçado.
Mas ninguém conseguia rir naquela noite.
Teodoro logo começou a perder a consciência.
Sob a orientação de Marcelo, Yeda aplicou o remédio para estancar o sangue e enfaixou o ferimento.
"Assim está bom?"
"É suficiente, desde que ele descanse, ficará bem."
"Vejo que ele tem muitos ferimentos novos."
"Foram deixados pelo último acidente de carro."
Yeda se surpreendeu, lembrando-se do sequestro.
"Ele ainda não está totalmente recuperado?"
"Foi muito mais grave do que você, e depois ainda levou um tiro, por isso adoeceu."
Marcelo falou abertamente naquela noite, e após Teodoro adormecer, fez uma reverência para Yeda.
"Sra. Madeira, desculpe pelo incômodo desta noite."
Marcelo disse: "Vou ficar de vigia na porta, por favor, cuide do senhor."
Ele falou e saiu, passando por Yeda.
Em pouco tempo, restaram apenas ela e Teodoro no quarto.
Yeda não sabia se devia sair ou ficar, então se sentou na beirada da cama, olhando para Teodoro.
"Que homem, todo machucado e ainda vem até aqui."
"Você acha que é um super-herói?"
"Não sei que tipo de casa é essa sua, quem teria coragem de segui-lo."
"Essa sorte é para a Helena."
"Pegar uma cobra e fazer uma sopa."
Yeda murmurou para si mesma, liberando a tensão acumulada, e sentiu-se sonolenta. Sem resistir, cobriu Teodoro com o cobertor e começou a limpar suavemente o pescoço dele, tentando abaixar a temperatura.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Desculpa!Não Sou Teu Canário