Carola ficou furiosa num piscar de olhos e avançou para dar uma lição em Yeda Madeira.
Yeda Madeira recuou levemente e estendeu a mão para pressionar a campainha.
Do lado de fora do quarto VIP do hospital, Teodoro tinha colocado pessoas de guarda; uma para se proteger da família Azevedo, e outra por medo de Yeda Madeira fugir com seus comparsas.
Embora a segunda possibilidade fosse menos provável, Teodoro preferia prevenir do que remediar.
Ao ouvir o chamado, dois seguranças com expressões sérias entraram no quarto.
Carola, que tinha levantado a mão pronta para um confronto, baixou-a abruptamente e deu aos homens um sorriso constrangido.
"Sra. Madeira, precisam que retiremos alguém?"
Yeda Madeira lançou um olhar para Norberto, prestes a pedir que o levassem para fora, quando de repente, as leituras no monitor atrás dela começaram a oscilar.
"Rápido, chamem o médico!"
Era a primeira vez que Yeda Madeira via esse especialista renomado ao vivo.
O profissional era extremamente sério e, assim que chegou, pediu que Yeda Madeira e os demais saíssem do quarto.
Quinta estava impaciente por esperar ali, e ao completar 20 minutos, começou a reclamar que queria ir embora. Carola também não estava contente, mas sabia que precisavam da conexão de Yeda Madeira naquele momento.
"Chega de barulho!" Yeda Madeira virou-se bruscamente para adverti-los.
Quinta, que já estava sufocando sua irritação, ficou chocada ao ver Yeda Madeira ousar falar assim com ela, querendo repreendê-la por pensar que ainda era a mesma herdeira mimada da Família Madeira.
Mas Norberto a interrompeu antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.
Enquanto esperavam do lado de fora, Yeda Madeira sentia suas pernas formigarem até que a porta finalmente se abriu com força.
"Doutor, como está a minha avó?"
Ela não queria ver mais Norberto ou sua família.
Teodoro não era de confiança. Ela estava entre a cruz e a espada.
Todos queriam algo dela, mas o que mais ela tinha para oferecer?
Norberto e sua família se foram sem que Yeda Madeira soubesse quando, mas ela sempre percebeu a proteção no olhar de Norberto toda vez que ele fingia repreender Quinta.
Ela também já tinha sido protegida. Quando seu pai estava vivo, ninguém podia machucá-la.
Ele sempre dizia, "Yeda é a princesinha do papai, quem fizer Yeda derramar a primeira lágrima, papai vai deixá-lo no chão."
"Nossa princesinha é linda, merece tudo de melhor que o mundo tem a oferecer."
Ao lembrar do pai, Yeda Madeira sentiu que estava ficando sem ar. Depois de sair do quarto do hospital, subiu as escadas até o último andar, abriu a porta que dava para o terraço e caminhou até a beirada. Parada lá, observava os altos edifícios ao longe, as pessoas lá embaixo, vivendo suas vidas, e as idas e vindas na entrada do hospital. Ela levantou a cabeça e respirou fundo, tentando conter as lágrimas que ameaçavam escapar de seus olhos.
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