Naquela noite, eu deixei minha casa.
Alonzo não estava, pois as janelas de sua casa estavam completamente escuras.
Quando Henrique me ligou, eu já estava na sala de espera.
Desta vez, optei por não pegar um avião, mas sim o trem.
Embora custasse duas horas a mais, eu prefiria o sentimento de estar no chão, mais do que flutuando no ar.
"Clarice, seu carro está consertado. Onde você está que eu levo para você?" - A voz de Henrique era aquele tipo caloroso e curativo.
Olhando para as pessoas na sala de espera, todas absortas em seus celulares, eu disse calmamente: "Deixe na oficina mesmo, eu vou buscar."
Henrique ficou em silêncio, e então eu adicionei: "Eu sei onde está a oficina."
Os carros da família Pereira sempre foram levados para a mesma oficina para manutenção, eu sabia isso.
"O mecânico disse que alguém mexeu no seu carro" - a fala de Henrique me fez hesitar.
Claro, eu também me senti culpada, porque fui eu quem pediu para mexer.
"É mesmo?" - Eu fingi surpresa.
"Clarice, alguém mais dirigiu seu carro?" - Henrique perguntou novamente.
Eu sabia que ele estava preocupado comigo, mordi meu lábio, pensando em como responder a essa pergunta.
Então Henrique disse: "Quem mexeu no seu carro não queria te machucar, só queria te causar algum transtorno. Ainda bem que você não conseguiu dirigir depois de voltar para casa. Se estivesse fora, poderia ter sido mais problemático."
Depois que ele disse isso, não precisei mais inventar desculpas: "Entendi."
Do outro lado da linha, Henrique ficou em silêncio por dois segundos: "Você está fora? Parece um pouco barulhento aí."
"Sim." - Foi tudo que eu disse.
Henrique provavelmente percebeu que eu não estava muito afim de conversar, e disse em voz baixa: "Então, se cuide."
Ele desligou, e eu suspirei.
Ultimamente, vi muitos vídeos dizendo que as pessoas precisam aprender a simplificar suas vidas, incluindo cortar interações sociais desnecessárias e obrigações.
Se for para começar, queria estar no controle.
Quando cheguei em Vila de Paz, ainda era madrugada, não fui para a casa onde nasci, temendo que Paula me fizesse ficar, então fui para um hotel dormir um pouco.
No dia seguinte, às dez da manhã, cheguei ao Zenith e logo encontrei a casa de Alonzo.
Parada do lado de fora do pátio, antes mesmo de entrar, eu já estava arrependida.
Arrependida por ter chegado tarde.
Esse pequeno pátio era exatamente o jardim dos meus sonhos, com árvores, flores, e até uma parreira e um balanço.
As casas do pátio eram de tijolos cinza e telhas, e havia uma passagem coberta, decorada com lanternas que balançavam suavemente ao vento.
Naquele momento, eu me perguntava se aquele pátio não seria um cenário de uma série, especialmente com um grande rio em frente e uma ponte de pedra.
Se não tivesse visto com meus próprios olhos, jamais acreditaria que existisse um lugar tão paradisíaco na vida real.
Era realmente lindo demais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido
Bom dia estou gostando muito da história,mas demora a ver os próximos capítulos estamos curiosas,por favor libere 🙏...
estou gostando dessa história, entretanto acho meio enrolado os laços deles, por exemplo o laço dela com lúcio e ele ficou quase 200 caps para entender oque ela disse umas 20 vezes. mas a escrita te prende e é bom de ler...
Por favor a continuação 😭...
Gente cadê a continuação do livro, por favor liberem mais capitulos...