Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 30

“Abigail Zapata”

Eu me olhei no espelho avaliando quanta maquiagem eu precisaria para cobrir todas aquelas olheiras. O fim de semana inteiro foi uma bagunça, mas terminar me agarrando com o Martim no sofá da casa dele foi o fundo do poço. Pelo menos depois daquilo ele me levou até o quarto de hóspedes e me deixou em paz.

Claro, eu precisava reconhecer que ele havia sido gentil e atencioso comigo durante o fim de semana, assim como eu reconhecia que ele era um cretino gostoso que sabia como agradar uma mulher. Mas eu não entendia como ele podia me ler tão bem, como ele descobria coisas sobre mim assim, sem que eu precisasse contar.

Mas agora não adiantava chorar pelo leite derramado, o Emiliano estava noivo daquela criatura abominável e eu sabia que ele jamais me veria como mulher, eu aceitei fazer um acordo com o Martim para salvar a minha herança e eu havia dado uns amassos com o Martim no sofá. Agora eu precisava focar no que teria que fazer para que essa história de casamento não desandasse.

Eu saí do quarto puxando a minha mala, encontrei o Martim na cozinha e o cheiro de torradas e café invadiu as minhas narinas assim que passei pela porta. O Martim estava sentado no balcão com uma xícara de café. Eu não podia negar, aquele demônio era mesmo lindo.

- Bom dia, coelhinha! Dormiu bem? – Ele sorriu e eu fiz uma careta pra ele.

- Você vai mesmo continuar me chamando de coelhinha?

- Ah, eu vou! – Ele riu e colocou um prato com torradas e geléia em minha frente e me serviu uma xícara de café.

Depois do café nós fomos para a minha casa e no caminho estabelecemos como nos comportaríamos no escritório. Nós manteríamos uma fachada amistosa e com uma certa intimidade, mas combinamos que não precisaria ser tanto quanto na praia. Eu me troquei rapidamente e nós fomos para o escritório.

- Está na hora do show, Abigail. Está pronta? – Ele me olhou e eu fiz que sim. Ele saiu do carro e deu a volta para abrir a porta pra mim.

Nós entramos no escritório de mãos dadas e eu estaria mentindo se dissesse que a cara de choque daquela sonsa da Maria Luiza não me alegrou. Nós passamos direto por ela e todos os que nos viram no escritório pararam para nos observar boquiabertos, aparentemente o Martim e eu éramos o casal mais improvável da terra.

- Vamos ver quem vai ser o primeiro a vir xeretar a fofoca. – Ele comentou e eu ri.

- Aposto que vai ser a recepcionista. – Respondi com absoluta certeza.

- Ah, olha aí o meu casal preferido! – O Emiliano saiu do seu escritório antes que eu pudesse entrar no meu e eu senti um gosto amargo na boca. – Eu fico feliz em ver vocês dois juntos. Meus melhores amigos agora são um casal. Isso é perfeito! Eu não preciso dizer que vocês serão padrinhos do meu casamento, não é? Martim, eu preciso falar com você, vem ao meu escritório?

- Claro. – O Martim respondeu e se virou pra mim. – Nos vemos depois, coelhinha. – Ele me deu um selinho e acompanhou o Emiliano até a sua sala.

O dia foi um inferno. Todos queriam saber a novidade e o Emiliano parecia mais do que feliz em anunciar que o Martim e eu estávamos juntos. Quando o dia acabou eu só queria ir pra casa descansar.

No dia seguinte, o Tony me ligou assim que saiu do avião. O Martim havia sugerido que fossemos almoçar na casa dele, assim não haveria ninguém ouvindo a nossa conversa.

- Tony! – Eu abri a porta e abracei o meu amigo. Nós não nos víamos desde que eu me mudei e eu sentia falta dele.

- Menina! Que bom te ver. – Ele me abraçou e nós entramos na casa.

- Hoje mesmo. Tenho uma reunião lá daqui a pouco. – O Tony respondeu. – E vocês, preparem esse casamento para o próximo sábado.

- Sábado? – Eu olhei para ele surpresa.

- Querida, você só tem três semanas. É melhor resolver isso logo. Francamente, já vai ser difícil fazer a Magda acreditar nisso assim. – O Tony tinha razão, esse casamento aconteceria de qualquer jeito, então, quanto antes melhor.

- Tive uma idéia. – O Martim se levantou e quando voltou ele colocou o celular no suporte e o preparou.

- Foto agora, Martim? – Eu reclamei.

- Abigail, eu vou te pedir em casamento, então se emocione. – O Martim falou e se ajoelhou diante de mim. – Vamos, Abigail, faça uma pose de quem está surpresa e emocionada.

- Você comprou um anel? – Eu olhei pra ele sem entender.

- Eu já tinha. Anda, mulher, faz logo uma pose pra eu poder tirar essa foto e me levantar daqui. – O Martim era mesmo um tosco.

Eu olhei para o Tony, ele estava rindo, aparentemente aquela cena ridícula o divertia. Eu balancei a minha cabeça, eu deveria estar mesmo muito louca por entrar nisso. Eu respirei fundo e me lembrei do Emiliano pedindo a Camila em casamento, as lágrimas brotaram imediatamente dos meus olhos e eu levei as mãos ao rosto como se estivesse surpresa. O Martim tirou a foto e depois outras várias foram tiradas na sequência, ele colocando o anel no meu dedo, ele me beijando, nós dois abraçados. Aquelas fotos ficaram mesmo muito boas. Até parecia que era de verdade.

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