“Magda Zapata”
Agora eu estava começando a ficar desesperada. O que estava acontecendo? Eu conhecia o Antônio muito bem para saber que ele só saía assim, intempestivamente, quando o assunto era muito grave e algo grave foi dito ali naquela sala para que ele saísse daquele jeito.
- Você também acha que tem mais do que o Tony disse, não é, Magda? – A Abigail me perguntou.
- Eu tenho certeza, Abigail. Mas seja o que for, é melhor fazermos exatamente o que ele disse. O Antônio não é alarmista, se ele está antevendo o perigo é melhor confiar, porque ele não costuma errar. – Eu avisei e senti um arrepio na nuca.
- Eu concordo com a Magda. – O Emiliano comentou. – Então está decidido. Magda, você fica escondida até o Tony liberar. Abi, eu não gosto que você fique exposta.
- Eu só tenho que ficar atenta, Emi. O Ulisses sempre foi muito gentil comigo, vai ficar tudo bem. Se ele não me encontrar, vai ser estranho e ele pode desconfiar, aí seria pior. – A Abigail estava tentando acalmar os ânimos, mas eu percebi que o Martim estava mal conseguindo se controlar de vontade de trancá-la em casa para protegê-la.
- Mas eu comecei a trabalhar agora, não posso deixar o trabalho. Eu não quero perder meu trabalho, eu estou gostando tanto. – Eu lamentei, eu estava tão feliz com tudo o que eu estava fazendo, então eu sugeri: – Eu posso ir trabalhar e me esconder quando ele aparecer.
- De jeito nenhum, Magda. – O Tomás rebateu, eu percebi que ele estava como o Martim, mal se controlando de tão preocupado.
- Mag, não se preocupa, eu posso substituir você pelo tempo que for. – A Pilar sentou ao meu lado e tentou me consolar.
- Magda, é muito arriscado e nós não vamos arriscar. Você vai ficar aqui no seu apartamento. A Pilar te substitui e quando for seguro você volta, você não vai perder seu trabalho. – O Martim decidiu e tentou me tranquilizar também. – E você minha insuportável, vai atender a esse bandido hoje, apenas hoje e depois nunca mais. E eu vou estar com você o tempo todo.
- Sabe o que eu acho, Martim, nós deveríamos mandar as mulheres encontrarem os nossos pais no exterior, isso está ficando muito perigoso. – O Maximilian sugeriu, mas ele deveria ter ficado calado, porque todas nós começamos a reclamar e a sala virou uma bagunça.
- Meninas, calma! – O Mário elevou a voz para chamar nossa atenção. – Porque vocês não passam uns dias na casa pra onde eu levei a Nat. Lá é um local bem isolado e ninguém sabe que eu tenho essa casa, só a Nat e agora vocês. É como um refúgio, é um lugar confortável. Meu avião fica à disposição de vocês.
- Eu não vou sair daqui. – A Pilar foi a primeira a bater o pé.
- Nem eu! – Foi a vez da Nat.
- Eu também não vou a lugar nenhum. – A Abigail engrossou o coro e eu a encarei nervosa.
- Eu não quero ir, mas eu não quero colocar nenhum de vocês em risco. – Eu não aguentei mais e comecei a chorar. – É a primeira vez na minha vida que eu me sinto alguém que importa pra alguém, nem o Enrico, nunca pareceu que eu importasse para ele. Eu sei, Abigail, que é a sua família, mas eu me sinto um pouquinho parte dela e eu aprendi a amar cada um de vocês, esses irmãos Monterrey atrevidos e abusados e tão cheios de sentimentos bons e você, Emiliano, que era um chato e agora eu te acho fofinho. E tem esse apartamento, o trabalho, tantas coisas que eu estou descobrindo e fazendo por mim, que eu nunca tinha feito antes... e tem o bebê da Abigail, eu vou ser titia! – Eu funguei e tentei conter as lágrimas, mas elas caíam dos meus olhos. – E tem você, bebê, que foi fazer isso comigo e agora eu não posso te deixar. – Eu solucei e o Tomás se ajoelhou em minha frente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...