“Cassandra Nomikos”
Eu já estava há dias sem sair de casa, o Maurice ainda estava foragido e eu estava começando a ficar com medo do que aquele louco poderia fazer. Eu estava nervosa e assustada, coisa que geralmente eu não ficava, mas eu conheci o monstro que o Maurice era.
- Querida, você precisa sair de casa um pouco. – Meu pai me falava mais uma vez.
- Estou com medo, papai. Aqui eu me sinto segura. – Eu respondi e ele balançou a cabeça.
- Mesmo com o segurança, Cassandra? – Meu pai perguntou e eu olhei para ele como se fosse óbvio.
- Papai, o Maurice pode ter uma arma, por melhor que o segurança seja, ele pode me acertar. – Sim eu era oficialmente a mais nova neurótica da cidade.
- Você quer um colete a prova de balas, querida. – Meu pai perguntou, mas eu sabia que ele estava sendo sarcástico, embora eu quisesse responder que sim, um colete seria um bom começo.
- Papai! Você não entende o horror que eu vivi? Quando eu fui até a Abigail e fiz a denúncia eu estava cheia de adrenalina no corpo. Ainda bem que eu já estou divorciada ou nem isso eu conseguiria. – Eu estava implorando e ele passou a mão na minha cabeça.
- Eu entendo, minha filha! Mas eu não vou deixar que você se afunde nesse medo, isso vai te deixar doente. Olha, porque você não fala com a Abigail de novo? Ela te ajudou duas vezes, talvez te ajude uma terceira. – Meu pai sugeriu e talvez fosse uma boa idéia.
- Será que ela me atenderia de novo, papai? Ela parece ser tão ocupada. – Eu olhei para o meu pai um pouco mais animada.
- Vamos até lá e descobrimos. Eu vou com você. Vamos? – Meu pai chamou e eu senti medo de sair, mas eu sentia que falar com a Abigail ajudaria.
- Tá, vamos. Eu vou me arrumar.
Eu dei um passo e parei, olhei para o jeans surrado e a camiseta de malha comum que eu estava usando e depois olhei para o meu pai, eu já estava começando a sentir um tremor, só de pensar em sair. Eu estava de sapatilhas, sem maquiagem e com o cabelo preso em um coque desarrumado, que eu achei melhor soltar. Não estava nem de longe apresentável, mas eu sabia que se tivesse tempo para pensar eu não iria.
- Quer saber, papai, eu vou assim mesmo, vamos depressa antes que eu fique nervosa demais. – Eu peguei a mão do meu pai e o puxei para fora de casa.
Durante o trajeto eu olhava as pessoas na rua pela janela fechada do carro, como se procurasse o rosto daquele homem detestável que foi meu marido. Eu estava tremendo, tentando engolir o bolo que se formou em minha garganta e a cada minuto a minha respiração ficava mais difícil. Somente quando o carro parou dentro do estacionamento da construtora e eu entrei no imóvel eu me senti um pouco menos aterrorizada.
A Abigail apareceu na recepção com um sorriso confiante, tão bonita que era impossível não admirá-la.
- Cassandra! Que bom te ver. – A Abigail se aproximou e me deu um abraço reconfortante. – Sr. Nikos, como vai?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...